Página nova: Nofin 0

A página mais recente até o momento, sobre a orientação nãofin/nãofem, pode ser encontrada aqui!
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Última atualização da bandeira arco-íris de Gilbert Baker, disponível aqui. É possível ler sobre a história da bandeira neste artigo por Making Queer History.
Ainda quero fazer algumas páginas novas neste mês – então fiquem antenades para isso – mas gostaria também de aproveitar o momento para recomendar comunidades e projetos feitos por e para pessoas LGBTQIAPN+, sem nenhuma ordem de importância. Optei por mostrar espaços online porque eles podem ser conferidos e acompanhados independentemente da hora e do local, sendo assim um jeito acessível de pessoas que já possuem acesso à internet de se aprofundarem mais em assuntos LGBTQIAPN+.
Ambos os sites contém notícias e opiniões sobre questões LGBTQIAPN+ em geral, e ambos são sites portugueses. Eu diria que a diferença principal sobre o foco é que Dezanove contém mais colunas de opinião que não são necessariamente sobre acontecimentos do momento, como Conversa séria (que é sobre resistir ao fascismo), enquanto esQrever tem mais notícias sobre países além de Portugal, como Turquia avança com lei anti-LGBTI em clima de repressão política.
Como há várias semelhanças entre as propostas, estou colocando ambos os projetos no mesmo lugar, mas recomendo conferir ambos. Eu mesme assino os dois via RSS.
Logo da ABRANB
A Articulação Brasileira Não-Binárie é um grupo nacional com subdivisões tanto para diversos estados quanto para questões como saúde, educação, autodefesa e direito. É possível acompanhar seu trabalho via Instagram, WhatsApp ou Telegram, embora só seja possível participar via Telegram.
No momento de escrita desta postagem, estão no processo de lançar traduções de artigos relacionados à saúde de pessoas não-binárias, sendo o mais recente Correlações socioecológicas de polivitimização em uma amostra nacional de adolescentes pertencentes a minorias sexuais transgênero, gênero-queer e cisgênero. Estes e outros documentos, assim como links para outras das questões mencionadas, estão disponíveis no Linktree da articulação.
É um recurso na língua inglesa, mas recomendo a quem tem o acesso. TransVitae é um site de notícias e recursos focado em pessoas trans. Fala sobre mortes de pessoas trans e contém notícias sobre direitos trans sendo ganhados ou perdidos nos Estados Unidos, mas também tem artigos como How to Start Streaming for Beginners: Gear, Tips, and Real Talk, Best Dating Apps for Trans People: The 2025 Safety Guide e este guia para maiores de 18 anos disponível apenas para inscrites pagues sobre como construir um OnlyFans sem nudez.
Bandeira destinada a pessoas que usam os termos garote e menine
Criei tal subreddit no final de abril, e desde então estive compartilhando todo dia algo sobre neolinguagem e/ou linguagem pessoal, desde propostas antigas de neolinguagem ou artigos acadêmicos sobre a questão até guias de como usar certos conjuntos e histórias com personagens que utilizam neolinguagem. A ideia é ser uma comunidade, então que todes sintam livres para fazer perguntas, compartilhar outros materiais e/ou comentar!
Até agora, a publicação com mais visualizações foi esta compartilhando bandeiras de orgulho para garotes/menines (link do Tumblr aqui), seguida por um empate entre outras publicações, como este desenho com fantasmas de diferentes orientações que usam diversos conjuntos seguido de uma crítica contra pessoas cis (link do Instagram aqui) e meu vídeo ensinando a usar o modelo APF (disponível no YouTube e Nextcloud aqui).
O Museu Transgênero de História e Arte é um espaço virtual que se dedica a expor e arquivar obras de pessoas trans brasileiras ou em território brasileiro, como Re Moraes, Ea Damaia, Céu Isatto, Xyk, Safira Clausberg e Rafa Kennedy. Já há mais de uma centena de artistas listades.
MUTHA também possui projetos como o livro transespécie / transjardinagem e um arquivo histórico.
Uma iniciativa da organização VoteLGBT que organiza filmes LGBT+ (até onde vi, estão todos ou a maioria no YouTube). Contém tanto ficção quanto documentários, e tem uma página de busca para facilitar a pesquisa.
São estes os projetos que decidi destacar no momento, mas lembrem-se de que há muito mais por aí. Além disso, para quem estiver sentindo falta de mais interação, há uma lista de espaços comunitários relacionados com o Orientando aqui.
Boas vindas à postagem anual destacando termos cunhados durante o último ano que passou! Para quem tem interesse em ler as anteriores, a tag retrospectiva contém publicações destacando termos de 2017 e de todos os anos que já passaram a partir de 2020.
Antes de falar sobre termos, porém, quero aproveitar e destacar algumas outras publicações com temática LGBTQIAPN+ de 2024:
Quis destacar alguns destes trabalhos porque é importante falar sobre questões LGBTQIAPN+ de formas que vão além da cunhagem de termos. Nestes tempos, presenciei algumas pessoas se desculpando por não estarem cunhando tantos termos quanto antes, ou desafios puramente em torno de cunhar termos e/ou fazer bandeiras, enquanto pessoas fora de tal nicho repetem que quem usa termos incomuns ou mesmo neolinguagem nos próprios conjuntos são só pessoas jovens explorando suas possibilidades antes de se satisfazerem com “identidades normais”.
Enquanto identidades não precisam ser justificadas para ninguém e não há problema em cunhar alguma identidade nova quando não há nada que se encaixe bem, há uma lacuna muito grande quando se trata de explorar termos já existentes mas que não são necessariamente comuns. Quantos textos existem da perspectiva de pessoas abro, enquanto sites de notícias especulam sobre o termo para buscar cliques de pessoas que nunca viram o termo? Quantos vídeos ou podcasts existem por aí de pessoas apogênero, gênero-vácuo e/ou casgênero falando sobre experiências em comum e sobre suas diferenças como pessoas em diferentes partes do espectro agênero? Quantas pessoas que querem ser tratadas com o uso de neolinguagem estão se esforçando em apresentar o conceito de forma inclusiva de vários conjuntos, e não só como “linguagem neutra com u/e”?
Quero encorajar todes a se expressar para além de termos e bandeiras. Falem sobre suas experiências, apontem quando frases comuns discriminam contra suas identidades, tenham mente aberta para usar mais termos mas também para deixar outros termos para trás. Façam textos, vídeos, músicas, podcasts, sites, apresentações de slides. Entrem em (ou criem) comunidades com identidades em comum, achem pessoas para produzir colaborações. Não deixe só para outras pessoas falarem sobre o que a sua identidade significa de perspectivas externas.
Bandeira de atração nebulosa
Termos como nébula, plátoni, cáli, ari e outros que descrevem ou podem descrever uma dificuldade de distinção entre atrações já existem há anos, mas o conceito de atração nebulosa surge como uma forma de resolver a lacuna léxica pelo outro lado. Assim, ao invés de explicar quais as formas de atração que são difíceis de distinguir com uma combinação de prefixo e sufixo, pessoas dizendo que possuem orientações nebulosas conseguem comunicar que não conseguem ou querem distinguir entre todos ou alguns tipos de atração ao mesmo tempo que conseguem destacar algum prefixo diferente. Por exemplo:
É possível que a data original da cunhagem do termo tenha sido perdida. O compartilhamento do Tumblr orientation-archive é datado de 14 de março, mas a conta original, pething, foi desativada pouco mais de um mês depois do compartilhamento.
Bandeira NB7NB
Na página do Orientando sobre termos juvélicos, é possível perceber que traduzi gender loving gender (“gênero amando gênero”) como “gênero atraído por gênero” (ou GAG). Isso porque já havia percebido um problema em potencial em caracterizar todos os tipos de atração como “amor”. Pois bem, em 26 de junho, Scones, obnebulant-mogai no Tumblr cunhou G7G, um conceito aberto a todes mas focado em pessoas arromânticas loveless (resumidamente, que não estão confortáveis em chamar qualquer atração que sentem de amor). O número 7 está sendo utilizado por parecer uma letra L virada.
Scones também publicou algumas bandeiras G7G junto à cunhagem do termo: para homens com atração por homens, mulheres com atração por mulheres e pessoas não-binárias com atração por pessoas não-binárias.
(Uma versão da publicação com a cunhagem arquivada pode ser encontrada aqui.)
Bandeira ante
Em 17 de julho, Shrub, shrubmogai no Tumblr, cunhou a orientação ante, para pessoas que são queer de certa forma e que por isso não se sentem confortáveis aplicando o termo hétero a si mesmas, mesmo que a descrição de tal termo seja aplicável para descrever sua atração.
Este termo é especialmente relevante em ambientes onde se coloca hétero como oposição a LGBTQIAPN+, alienando pessoas trans, intersexo, a-espectrais, variorientadas ou afins que se encaixam no termo hétero em pelo menos um de seus tipos de orientação. Tal alienação pode partir de afirmações e chacotas de dentro da comunidade, mas é especialmente relevante quando se trata da própria sociedade heterossexista excluindo pessoas da heterossexualidade por conta de suas identidades LGBTQIAPN+.
Obviamente, o uso do termo ante é opcional, sendo mais para o conforto de pessoas que não se sentem mais confortáveis em se dizer hétero por qualquer motivo do que uma categorização obrigatória.
Bandeira ogli
O termo ogligênero já existe há anos, mas, com base em tal conceito, Dionésio, Eutocansada6789 em colorid.es, cunhou em 5 de agosto a orientação ogli. Esta se refere à presença de atração por múltiplos gêneros, com quantidade não especificada além de pouca. Assim, o termo é uma alternativa a usar bi ou pôli para quem sente atração por poucos gêneros, sem também ter a obrigação de limitar um número de gêneros, como é o caso de orientações como tri (ao menos em uma de suas definições).
Pessoas que sentem atração somente por mulheres e por homens, pessoas a-espectrais que sentiram atração poucas vezes na vida por pessoas de alguns gêneros diferentes mas que não se sentem confortáveis se definindo como pan ou outro termo denotando atração por todos os gêneros e pessoas que já sentiram atração por pessoas com algumas identidades de gênero parecidas mas nunca por pessoas com identidades de gênero completamente diferentes disso são alguns exemplos de motivos para adotar o termo ogli. E nada disso exclui tais pessoas de também se dizerem múlti, bi ou pôli se preferirem, ou de não se descreverem com tais termos caso não se sintam confortáveis com isso, assim como acontece com outros casos onde é possível escolher entre vários termos para descrever certa experiência.
Bandeira hexódica
Este termo não é especificamente uma identidade não-binária, e também não descreve necessariamente uma orientação ou uma experiência altersexo. Assim como vesil, porém, é um termo cunhado em um contexto LGBTQIAPN+ que pode ser usado para descrever uma identidade dissidente em tal contexto.
Enfim, hexódique descreve qualquer tipo de identidade relacionada a um código hex RGB específico.
Códigos hex são um conjunto de valores hexadecimais (base 16, assim como códigos binários possuem base 2 e a maioria dos números usados no dia-a-dia vão estar em base 10). No caso relevante à identidade hexódica, os códigos representam quantidades de luz vermelha, verde e azul (RGB é a abreviação na língua inglesa) para formar cores em monitores ou outros dispositivos eletrônicos. Cada valor vai de 00 até FF, sendo que a letras A-F representam números que, na base 10, vão do 10 ao 15 (depois de 00 até 08, os números seguintes são 09, 0A, 0B, 0C, 0D, 0E, 0F, 10, 11 e 12; os números que seguem 9E são 9F, A0, A1, A2 e assim por diante).
Assim, a cor vermelha mais forte é representada em código por #FF0000: os dois primeiros algarismos representam a luz vermelha, enquanto as luzes verde e azul estão apagadas. Enquanto isso, o tom de ciano mais forte é #00FFFF, pelos dois últimos conjuntos de cores estarem em seus valores máximos enquanto a luz vermelha está completamente desligada. #FFFFFF resulta na cor branca, #000000 resulta na cor preta e outros valores de cores iguais resultam em tons de cinza: #F8F8F8 é quase uma cor branca, mas é cinza, enquanto #333333 é um tom de cinza bem escuro. A cor atual dos links do Orientando é #B000BA, que representa uma cor roxa com nada de verde e cores vermelha e azul fortes, ainda que a azul seja um pouco mais forte.
Identidades hexódicas podem ser vagas, isto é, só descrever que um código específico é relacionado à identidade de alguém, mas também podem ser usadas de formas mais específicas. Uma pessoa hexódica #AABBCCgênero pode se descrever como hexódica num geral ou como hexódica #AABBCC, e também pode dizer que é gênero-cor e xenogênero pela sua identidade de gênero ser relacionada com uma cor. Uma pessoa pode ser hexódica de forma que tem a ver com ser fictionkin, caso veja a cor específica de uma espécie/ume personagem como relevante à sua identidade. Portanto, o termo em questão é tanto mais abrangente quanto mais específico do que gênero-cor, já que tal termo só cobre identidades de gênero mas não se limita a um código específico.
Ender, enderluna no Tumblr, publicou a primeira postagem sobre hexodic no dia 10 de setembro. A conta hexodic no Tumblr se propõe a ser um arquivo de bandeiras hexódicas e de termos relacionados.
Assim como hexódique, este termo surge em um contexto queer, mas não representa exclusivamente uma identidade queer.
Bandeira teratical
Segundo a postagem no Tumblr intervex publicada em 4 de outubro, qualquer pessoa pode adotar o termo teratical caso seu corpo seja estigmatizado de forma que a sociedade enquadre como “monstruoso”. É um termo que reinvindica o conceito de teratologia de forma que constrói solidariedade entre pessoas intersexo, gordas, com deficiência, cujos corpos foram permanentemente afetados por danos e afins.
O termo não se limita a pessoas que nasceram de forma diferente ou a pessoas com deficiências visíveis. Seu intuito é incluir além do que o campo da teratologia tende a incluir. A publicação explicando teratical também oferece os seguintes subtermos:
Bandeira notrassexual (a única fornecida)
Esta orientação cunhada por Mylo (thegendercollecteroffical no Tumblr) no dia 27 de novembro denota atração por quem não é tradicional/normative, em relação a gênero, expressões de gênero ou afins.
A orientação diverse (que denota atração por identidades e expressões que diferem de normas sociais) já existe faz anos, mas, por ter um nome baseado em uma palavra já existente mesmo na língua inglesa padrão, é mais difícil pesquisar por ela, e talvez seu nome seja um empecilho de uma forma ou de outra. É uma palavra que não pode ser usada por si só que também não tem um significado diretamente relacionado com a definição da palavra em outros contextos.
Mesmo assim, há demanda para termos específicos a atração por pessoas inconformistas de gênero, ainda que isso seja muitas vezes um desejo de pessoas que também não desejariam usar um termo pouco comum para sua orientação. De qualquer forma, é sempre possível usar notra ou diverse junto com outros termos, como notragay, diversebi ou polissexual notrassexual.
Um gênero que é normal. Não se preocupe com isso
Bandeira xormaleana
A citação acima é uma tradução direta da definição publicada por Lilac, ashenwilting no Tumblr, em 11 de dezembro. Em um comentário, Lilac especifica que a descrição é sarcástica: uma pessoa com este gênero na verdade não vê seu gênero como normal, e está falando para que outres não se preocupem de forma propositalmente suspeita.
Isso significa que esta identidade está bastante aberta à interpretação: seria alguém xormaleane alguém que se sente bastante aflite em relação a este gênero? Alguém que tem um gênero complexo demais para querer explicá-lo? Ou alguém que prefere mascarar um gênero que é pessoal demais para revelar com um termo que encobre sua natureza?
De qualquer maneira, é possível também especificar mais o termo, usando variações como xormalenebê (averagenby; “um gênero para quem é só uma pessoa não-binária normal, não se preocupe com isso”), xormalgate (averagcat; “um gênero para quem é só ume gate normal, não se preocupe com isso”) ou afins.
Não houve muito retorno ou consenso para uma tradução do termo original, averagxan. Mais possibilidades de tradução podem ser encontradas aqui.
Bandeira transqueseja
Este termo cunhado em 21 de dezembro pelo sistema Choir, ridibulous no Tumblr, descreve apatia e descontentamento em relação a termos como transandrógine, transfeminine, transmasculine, transneutre, transouterine ou outros similares (isto é, termos que tendem a descrever uma transição em direção a certo ponto com o prefixo trans ou um alinhamento com certa qualidade de gênero).
É relativamente comum que pessoas não-binárias sejam perguntadas se são transfemininas ou transmasculinas, de forma que não tende a acontecer em relação a outras especificidades não-binárias (por exemplo, se são aporagênero ou gênero-fluido). Isto pode gerar uma reação negativa a ponto de alguém querer um termo apenas para rejeitar tais termos, de forma que acontece também com o próprio termo “não-binárie” (que só rejeita a possibilidade de ser 100% homem ou de ser 100% mulher sem especificar a identidade de gênero).
Existem também cobranças cissexistas em relação a apenas validar a identidade de alguém se houver alguma forma de transição envolvida. Enquanto ninguém uma transição desejada não deve ser considerada desnecessária ou frívola, pessoas cisdissidentes também não devem ser pressionadas a preencher um ideal cissexista do que alguém precisa fazer/ser para ter certa identidade de gênero, e rejeitar o uso de termos com conotação de transicionar em certa direção pode fazer parte disso.
Bandeira intercultu
Este termo foi cunhado antes do dia 16 de abril de 2024, porque foi nesta data que a conta akeneki no Tumblr, que publicou a cunhagem do termo, foi desativada. Esta republicação de interarchive é do dia 25 de dezembro. Portanto, é possível que o termo não seja de 2024, mas ele é interessante e relevante o suficiente para ser escolhido para esta lista.
Intercultu descreve uma pessoa intersexo que se vê dentro de uma identidade de gênero presente somente em sua própria cultura, mas de forma também particular a pessoas intersexo. A questão de ser intersexo pode ou não alterar a forma tradicional do gênero culturalmente específico em questão.
Historicamente, existem registros de pessoas que vemos como intersexo sendo categorizadas como gêneros separados ou variações de mulher ou homem, como napumsakapandala ou hijra. Nem todas as identidades específicas a determinadas culturas surgiram como formas de incluir pessoas intersexo, mas é possível que pessoas intercultu usem termos que podem ser definidos por suas variações intersexo.
Tive bastante dificuldade em reunir esta lista, já que busco destacar termos mais versáteis e com conceitos mais originais. Um padrão que percebi neste ano é de muitas cunhagens de identidades de gênero relacionadas a mídias específicas. Eu não sou contra pessoas se descreverem de tais formas, mas, para propósitos de exemplificar a diversidade existente em listas, tais termos acabam sendo relativamente repetitivos, se encaixando majoritariamente em:
Assim, acabo considerando mais útil focar em termos mais gerais (como xenogênero ou gênero-alterumano) quando se trata de destacar esses tipos de identidades.
Eu compilei a lista entre o final do ano passado e as primeiras semanas deste ano; a demora em publicar isto vem de outros fatores. Dito isso, é possível que eu reduza a lista de 2025 e coloque um holofote maior em criações que vão além da cunhagem de termos.
Além disso, eu recomendo manter backups locais de quaisquer publicações queer. Váries governos e empresas estão avançando contra direitos de grupos marginalizados, especialmente de pessoas cisdissidentes, o que significa que espaços corporativos como o Tumblr e o Instagram estão em risco de acatar a censuras impostas por grupos dominantes. Sites de arquivamento como archive.today, web.archive.org e ghostarchive.org são úteis para manter backups online, mas é importante ter em mente que mesmo tais sites podem vir a desaparecer. Tumblr-utils permite fazer backups locais de Tumblrs inteiros e a função de RSS do Thunderbird grava postagens recebidas no próprio computador, e estes são exemplos de métodos pelos quais mídias podem ser preservadas para além da possibilidade de uma conta ser apagada. Além do mais, wikis e contas pessoais podem ser utilizadas para recompartilhar informações.
Feliz 2025, e que continuemos fortes.
Aqui no Orientando, as páginas para cada identidade são, em geral, separadas: cada uma vai relatar a história de uma única identidade, e poucas mencionam detalhes sobre o contexto onde cada identidade surgiu para além de alguém específique apresentando um termo e definindo-o com suas palavras.
Porém, identidades LGBTQIAPN+ não surgem espontaneamente: cada uma é construída com base em concepções já existentes. Um termo como neuorientade, por exemplo, não pode existir sem o conceito de inexistência de gênero, que como parte de uma identidade precisa ser uma oposição a existência de gêneros, mesmo em uma sociedade onde só se conhecem os gêneros homem e mulher.
Estes são exemplos mais óbvios. Nesta postagem, porém, eu não tenho como dizer com certeza o quanto dos desenvolvimentos elaborados aqui são espontâneos ou partem de contextos diferentes, e o quanto se devem a interações entre as mesmas comunidades. Eu conheço parte da história por ter participado de grupos com pessoas que fizeram parte delas, ou por ler blogs onde partes dessas histórias ocorreram, mas não consigo conectar todas as pessoas que cunharam termos importantes em 2014 entre si de forma concreta. Mesmo assim, houveram e haverão pessoas colocando todas essas figuras relevantes de 2014 como parte de um mesmo movimento. Esta postagem é sobre isso.
Eu poderia falar que todas as grandes empresas por trás de redes sociais são culpadas por ou coniventes com atrocidades – como o genocídio em Myanmar, ameaças de bombas em escolas e trabalhadóries urinando em garrafas por medo de perderem emprego se tiverem que ir até o banheiro. Poderia também falar do que essas empresas fazem com sues usuáries, como usar dados de usuáries para treinar algoritmos de “inteligência artificial”, censura de postagens que chamam a atenção para sistemas opressivos e exposição de pessoas a desinformação e ódio.
A onda atual é enfiar “inteligência artificial” generativa em tudo, o que também é uma questão bastante problemática. Este texto fala sobre questões de ética e imprecisão nos resultados de pesquisas de Google, este é sobre como os bancos de dados usados por esse tipo de algoritmo foram construídos via exploração e este é sobre os grandes impactos ambientais que a tecnologia demanda.
Mas entendo que a maioria das pessoas não se importa com nada disso. Vão dar de ombros e reclamar que as alternativas mais éticas simplesmente não têm gente suficiente para serem interessantes a elas, ou que gostam dos algoritmos de curadoria que não exigem o esforço de pesquisar por assuntos que interessam ou de perguntar ativamente por recomendações.
E, por isso, não vou argumentar sobre largar redes mais populares, e sim sobre considerar abrir lugar em sua vida para espaços alternativos.
Redes sociais que funcionam com base em linhas do tempo – ou qualquer coisa parecida que priorize conteúdo atual – dificulta o acesso a coisas que cada pessoa pode considerar informações básicas. Isso prejudica tanto pessoas que não sabem muito sobre certo assunto e que podem nunca entrar em contato com tais informações quanto pessoas que podem querer repassar tais informações a outres.
Sites de pesquisa também são cada vez mais inúteis. Alguns começaram a mostrar logo de cara respostas geradas automaticamente que não requerem entrar em alguma página para conferir seus contextos, e mesmo lugares que não fazem isso automaticamente, como Ecosia e DuckDuckGo, acabam priorizando sites que consideram mais consagrados (sites de notícias, wikis, sites comerciais) acima de lugares onde informações são construídas e circuladas com mais frequência (blogs, redes sociais).
Acredito que a necessidade de postar todo ano “o que significa LGBTQIAPN+“, “qual a diferença entre bi e pan“, “o que é não-binárie” e outras coisas provavelmente batidas pra grande maioria das pessoas lendo este texto – mas quase sempre perguntadas quando estamos interagindo com estranhes – acaba sendo por um hábito de querer chegar em pessoas novas no assunto que só engajariam nele por estar sendo esfregado na cara. Tal hábito também tem a ver com a ideia abstrata de “informação acessível”: provavelmente algo assim vai ser mais popular a curto prazo do que um assunto como “pronome/d[pronome] é uma maneira redundante de expressar linguagem pessoal“, “existem sim orientações específicas para pessoas não-binárias” ou “o que faz com que uma identidade de gênero esteja dentro do guarda-chuva xenogênero“.
Redes sociais que colocam limites estritos nos formatos e números de caracteres também contribuem para que assuntos não sejam aprofundados, além de acostumarem pessoas com a ideia de que extrapolar tais limites justifica ignorar o que essas pessoas têm a dizer (a questão do “textão”). Vivemos num mundo complexo e cheio de nuances, mas frases prontas com opiniões extremas conseguem sempre receber mais atenção.
Afinal, o que é mais fácil repetir ou opinar sobre: “toda pessoa não-binária é trans” ou “pessoas não-binárias são cisdissidentes e suas pautas estão entrelaçadas com as da população trans, mas há motivos válidos para pessoas não-binárias nem sempre se entenderem dentro deste termo“? Ainda mais se a pessoa tiver que explicar o que é ultergênero, isogênero ou afins para que o argumento seja melhor contextualizado e entendido.
Daí as discussões ficam estagnadas. Não há o hábito – ou, dependendo da rede social, a própria possibilidade – de colocar links em textos para que pessoas saibam qual é a base da discussão, então há sempre a necessidade de se repetir quando se vai referenciar algum conceito que não for considerado comum. A maioria também não quer ter o trabalho de organizar coisas fora das redes sociais às quais se apegam, preferindo uma sequência de postagens referenciando outras sequências ou uma coleção de stories (isso quando há alguma organização) a sistemas disponíveis para quem não quer ter contas em tais sites ou em formatos mais preparados para lidar com informações pertinentes.
Sempre há gente não informada, e portanto sempre há gente que precisa de informações básicas, e portanto há uma ausência de discussões aprofundadas, a qual também contribui para que menos gente lembre das informações básicas. Discussões mais profundas acabam tendo alcance limitado, porque lugares favoráveis a tais discussões são menos frequentados e mais difíceis de pesquisar. Já postagens feitas em perfis pessoais ordenados de forma cronológica sem oferecer muitas alternativas se perdem facilmente.
“Todo mundo está no Instagram.” Só que as poucas vezes que visito o site não são o suficiente para acompanhar tudo o que todas as contas que sigo postam. Só que conheço outras pessoas que não usam muito ou nada dessa rede social, só entrando no máximo quando alguém manda um link ou uma mensagem.
Só que praticamente toda pessoa que sei que tentou produzir conteúdo frequente para a rede demonstrou decepção com a pouca repercussão de suas postagens e com a superficialidade do entendimento dos assuntos que tratavam no site. Há relatos frequentes de pessoas que recebem grandes números de “curtidas” em suas publicações, mas que posteriormente presenciam as mesmas pessoas que “curtiram” interagindo da mesma forma com publicações defendendo opiniões opostas, ou fazendo perguntas que demonstram uma falta total de compreensão de informações que foram repetidas várias vezes.
Espaços chamados de alternativos na internet se tratam de colocar qualidade acima de quantidade. Quem está em fóruns quer falar com outres entusiastas de certo assunto, mesmo que isso signifique que haja menos gente com quem interagir e compactuar com regras mais rígidas. Quem está em redes sociais mantidas por entusiastas está procurando gente com valores parecidos em ambientes mais saudáveis, mesmo que suas postagens não tenham chance de “viralizar”. Quem tem blogs ou sites pessoais muitas vezes não tem métricas boas acerca de quantas pessoas diferentes estão lendo ou ouvindo suas palavras.
Mas a questão é que, na minha experiência, com poucas exceções, o que faz com que alguém preste atenção em qualquer assunto é uma conexão pessoal. E essa conexão pode acontecer com conteúdo online aleatório achado por alguém, mas isso vai ser sempre muito mais raro do que quando relações ativas são formadas com grupos e pessoas.
A maioria das pessoas que absorveu a questão de artigo/pronome/final de palavra ser importante fez isso por conta da repetição, de ter mais de uma pessoa falando sobre isso no mesmo lugar, de estar um espaço comunitário obrigando todes a aprenderem esse sistema ou da minha insistência em ensinar como ele funciona em conversas presenciais. Eu posso ter distribuído centenas de livretos sobre linguagem pessoal e ter falado sobre o sistema em diversos lugares e formatos, mas gente que tem 99% de contato com quem usa indicações como “elu/delu” e “pronomes neutros” ainda vai cair nisso se o único contato com a/p/f for como uma curiosidade abstrata ao invés de pessoas com conjuntos incomuns lutando pra que um sistema mais inclusivo seja popularizado.
Esse é um exemplo, e ele pode parecer “de nicho”, mas a realidade é que qualquer questão não tão presente na vida de alguém vai parecer “de nicho” se não houver investimento pessoal. Existem trocentos espaços que consideram quaisquer questões de marginalização como “políticas demais para espaços de lazer” porque as pessoas marginalizadas à sua volta não falam disso, por mais que em certos espaços para pessoas marginalizadas qualquer pessoa seria ridicularizada ao levantar a ideia de que chamar a atenção para racismo ou misoginia seja irrelevante só porque o assunto não é esse.
Mesmo que o que você faça não tenha a ver com ativismo, a questão é que a maioria das pessoas não se importa em absorver informações, e que quem realmente se importa vai ir atrás do que você faz mesmo que não esteja nas redes sociais que geralmente usa. Redes sociais populares podem ser úteis pra espalhar a mensagem de que o que você faz existe, mas se limitar aos seus formatos de organização e postagens não vai te beneficiar tanto assim.
Considere qual o formato mais adequado para disponibilizar as informações:
É possível ter um domínio que disponibilize mais de um tipo de formato: aqui no Orientando, o menu oferece uma série de páginas estáticas, e as listas nunca são categorizadas simplesmente por qual página foi feita mais recentemente, mas há também este blog, que embora tenha tags vá sempre priorizar publicações mais recentes. A parte estática é mais adequada para passar informações que não vão ser mais ou menos relevantes dependendo da época visitada de forma organizada, enquanto o blog possui publicações que fazem mais sentido de acordo com contextos específicos, ou que são opiniões ou compilações consideradas menos essenciais para o foco do site.
O blog também permite comentários diretamente após cada publicação, enquanto comentários ou correções direcionadas às páginas estáticas devem ser feitas em nosso fórum. Que é por si só um formato diferente que visivelmente usa um software separado para seu funcionamento.
Enquanto isso, Blogue Alternative, cuja manutenção é feita por ume amigue minhe, tem majoritariamente publicações de opinião, muitas das quais são feitas em resposta a discussões do momento, mas também tem um menu oferecendo algumas páginas estáticas com informações que podem ir sendo atualizadas quando isso for adequado.
Existem opções envolvendo mais ou menos complexidade dentro de cada um dos formatos citados:
Para quem não sabe, quando eu digo um servidor próprio, estou me referindo a uma máquina que terá sempre que estar ligada para que o site fique acessível. É possível usar um computador na própria casa, mas é mais comum a utilização de serviços oferecidos por empresas ou outras entidades, como leprd.space, NearlyFreeSpeech.Net ou TinyKVM. Esta é uma opção mais avançada que eu não recomendo para quem não sabe o que está fazendo, mas há sempre a possibilidade de aprender a usar servidores se houver vontade de ir atrás do conhecimento.
Ao se registrar em um site como Dreamwidth, Miraheze, Neocities ou Straw.Page, ainda há servidores envolvidos: é só que sues usuáries têm menos controle sobre eles. Isso tem suas próprias vantagens e desvantagens.
Após fazer uma conta e/ou instalar programas na máquina, é possível testar se suas ideias funcionam naquele formato. Por exemplo, talvez o site gratuito que não requisite mexer com código acabe não possibilitando o layout desejado para a página, ou talvez o servidor barato não tenha memória suficiente para a intenção original do projeto. Pode ser importante testar os limites de cada formato antes de insistir em algum.
Publish (on your) Own Site, Syndicate Elsewhere (publique em seu próprio site, transmita no resto dos lugares) é um princípio que defende manter conexões em quaisquer redes sociais que a pessoa quiser, mas de forma que indique um link para a página original a qual (a princípio) a pessoa tem mais controle sobre. Assim, outras pessoas recebem a notícia de publicações novas nos aplicativos/sites que frequentam, mas de forma que (idealmente) a pessoa não precisa repostar versões diferentes da mesma coisa em lugares diferentes.
Por exemplo: Ariel tem seu próprio site em ariel.example. Quando Ariel publica a página ariel.example/texto.html, elu pode espalhar a informação sobre essa publicação em grupos de WhatsApp, no Tumblr, no Reddit, em colorid.es e no BlueSky, sem ter que se preocupar com reescrever o texto de forma diferente para cada lugar, com fornecer um link que vai pedir para que ume visitante crie uma conta para ler ou com seu texto ser perdido por Ariel ter sido banide de uma plataforma social por motivos alheios à publicação.
RSS também é uma ferramenta útil para acompanhar blogs alheios e agregá-los de forma compatível com diversas plataformas diferentes. Nem sempre faz sentido acompanhar as atualizações de um site via RSS, mas é uma ferramenta bem importante para o formato de blog. Um texto explicando mais sobre RSS e como usar está disponível aqui.
Alguns princípios comuns em comunidades queer são:
Quanto mais alguém se aventura a construir o próprio layout, codificar o próprio site, manter serviços personalizados em um servidor próprio e afins, mais a pessoa pode exercer independência sobre sua própria página. Em um mundo onde perfis de redes sociais estão cada vez mais padronizados, até algumas plataformas de blogs e sites gratuitos conseguem oferecer possibilidades mais diversas de identidade visual.
Quanto menos alguém depende de alguma rede social específica funcionando para socializar ou conseguir visualizações para seu trabalho, mais é possível questionar o quanto é importante alguém ter que frequentar tal rede social. E se há menos publicações, ou publicações mais vagas que apontam para links próprios, há menos material para ser usado livremente e facilmente por grandes empresas.
Fóruns e wikis moderades por pessoas queer permitem colaborações alheias em ambientes que não deixam espaço para discursos de ódio, fortalecendo também a saúde mental des interessades. Também tendem a ser ambientes que estimulam discussões com mais nuance do que simplesmente expressar concordância ou discordância do que alguém disse.
Promover sites próprios e comunidades alternativas também se alinha com o que o próprio Orientando faz: mostrar que não existe um limite absurdamente pequeno para as formas de existência que alguém pode expressar, o qual é baseado em popularidade e só pode aumentar com base no que publicações mais formais reconhecem.
Aqui vão uns exemplos de projetos na língua portuguesa que foram requisitados por mim:
Também posso apresentar como exemplos de independência das redes sociais comerciais este próprio site (orientando.org), nosso fórum e meu blog pessoal, assim como outras coisas linkadas no meu site pessoal.
Para quem não sabia, Orientando.org foi escolhido como um dos coletivos chamados para compor a Feira Cultural da Diversidade LGBT+, no Memorial da América Latina em São Paulo. Por termos entrado como coletivo, não pudemos comercializar qualquer produto: tudo o que oferecemos foram informações, panfletos informativos e adesivos de conjuntos de linguagem.
Infelizmente, nossa posição estava entre as mais desprivilegiadas. Colocaram um palco à nossa frente, o qual teve música altíssima pela maior parte do evento; também estávamos próximes à entrada restrita a idoses e pessoas com deficiência, mas estávamos nas últimas tendas do ponto de vista da entrada pela qual a grande maioria iria chegar.
É muito difícil dizer quantas pessoas que pegaram nossos panfletos foram atrás de mais informações no site. Não houveram novos registros no nosso fórum desde antes da feira, e houve um pico de atividade no site que começou na segunda (dia 27), enquanto o dia após a feira (sexta, dia 31) foi onde houveram menos visitas nos últimos dias. Além disso, como estamos no mês do orgulho, também é comum que pessoas achem o Orientando enquanto estão tentando pesquisar assuntos do site por conta própria, como o que significa a sigla LGBTQIAPN+ (nossa página mais acessada desde que a sigla popularizou) ou quais identidades não-binárias existem.
Estatísticas do último mês que contam todas as páginas em orientando.org
Estatísticas da última semana que contam todas as páginas em orientando.org
Enfim, conseguimos entregar:
Também haviam opções envolvendo conjuntos rotativos, conjuntos quaisquer desde que estejam dentro da neolinguagem, o uso de nenhume artigo/pronome/flexão (-/-/-), diversas opções envolvendo neopronomes diferentes (elo, ile, elae, el e ila, para citar alguns) e muitos adesivos que permitiam o preenchimento de qualquer conjunto ou de quaisquer dois conjuntos, então as escolhas acima não foram feitas por falta de opção.
Para finalizar o relato, quero dizer que ainda é cedo para saber se vamos tentar novamente no ano que vem. O problema de distribuir panfletos é que muitas vezes dá a impressão de que nada adiantou, de que as pessoas podem ter lido e achado as informações vagamente interessantes mas ainda vão nas redes sociais perguntar qual a diferença de bi e pan ou usar conjuntos no formato “elu/delu”. É possível que tenhamos mudado vidas, mas também é possível que a gente tenha perdido tempo e dinheiro com um esforço inútil.
Pessoalmente, eu não gosto de jogar a toalha. Um esforço de visibilidade pode ser provado inútil, mas desistir de ir em eventos físicos também não vai ajudar a disseminar informações ou ideias. Sendo alguém não-binárie que deve ser referide apenas usando conjuntos de linguagem que não possuem a aprovação dos grandes nomes da “linguagem neutra” brasileiros, eu não tenho a opção de descansar e esperar que algum dia as pessoas vão parar de insistir em me maldenominar (ou indicar que gostariam de fazer isso sem serem pintadas como exorsexistas): o sistema artigo/pronome/final de palavra foi publicado aqui já faz mais de 8 anos, mas já percebi que a maioria das pessoas só vai tentar se esforçar em ser inclusiva quando tem alguém dando motivo pra isso. Também tem as outras questões LGBTQIAPN+ que afetam a mim e a outres, como visibilidade a-espectral, múlti, não-binária e xenogênero.
Ficar batendo na mesma tecla é horrível, mas é isso o que tem pra hoje. Ao menos é possível que a próxima geração tenha que bater menos teclas pra conseguir ser respeitada das mesmas formas.