Um espaço de aprendizagem

Neopronomes

Esta página tem o objetivo de tirar dúvidas acerca de neopronomes. Ela não tem o objetivo de explicar conceitos básicos sobre neolinguagem ou conjuntos de linguagem em sua forma total. É possível encontrar páginas que cobrem estes e outros assuntos básicos em diversos níveis de complexidade aqui.

É importante ressaltar que não há a necessidade de decorar muitas informações sobre gramática para respeitar a linguagem pessoal de alguém ou passar a usar um conjunto que envolve neolinguagem como forma mais inclusiva de se referir a pessoas desconhecidas ou grupos de linguagem pessoal mista. Esta página serve para tirar dúvidas que podem surgir em casos mais específicos e mostrar detalhes de gramática neolinguística a quem está interessade, e não deve ser tratada como um guia rápido e essencial para entender neolinguagem.

 

O que são neopronomes?

Pronomes são uma classe gramatical que serve para substituir ou qualificar substantivos. Neopronomes são palavras criadas ou usadas como pronomes mesmo que não existam ou sejam usadas assim na língua padrão.

Há diversas subclassificações de pronomes e, novamente, o objetivo desta página não é forçar ninguém a decorá-los: as nomenclaturas oficiais estão sendo utilizadas para ajudar com a diferenciação entre os tipos de pronomes, e não há a necessidade de saber desses nomes para respeitar a linguagem pessoal alheia ou usar algo diferente de o/ele/o ou a/ela/a em quaisquer contextos.

Os únicos pronomes pessoais retos da terceira pessoa da forma singular aceitos são ela e ele e alguns exemplos comuns de alternativas a estas palavras são elu, ile, elx, ila e éli. Geralmente é disto que pessoas estão falando quando se referem a pronomes. Porém, existem também outros tipos de pronomes, como os pessoais oblíquos, os demonstrativos, os possessivos e os indefinidos. Assim, palavras como estu, algume, mi e ôutry também podem ser chamadas de neopronomes caso estejam sendo usadas como tal.

 

Neolinguagem e neopronome é a mesma coisa? E linguagem pessoal e pronome pessoal?

Pronome é uma classe gramatical entre várias outras. Portanto, existem neoartigos, assim como também é possível se referir a outras palavras dentro da neolinguagem como neonumerais, neoadjetivos ou afins. O foco na classe gramatical pronome vem da influência da anglosfera, onde a maioria do tratamento que difere entre linguagens pessoais se encontra dentro da classe gramatical pronome. No caso da língua portuguesa, há muito mais mudanças em substantivos, adjetivos, artigos e afins, e portanto, falar apenas de pronomes consiste em análises incompletas ou incorretas do tema neolinguagem.

Também é comum se referir a conjuntos de linguagem diferentes somente usando pronomes, o que prejudica pessoas cujos conjuntos de linguagem possuem elementos mais incomuns. Por exemplo, enquanto alguém dizendo que usa ela e ele provavelmente usa a/ela/a e o/ele/o, uma pessoa que diz que usa os pronomes ul e els provavelmente vai precisar também ressaltar outros elementos do conjunto de linguagem separadamente para que outras pessoas tenham uma certeza maior sobre se vão usar, por exemplo, amigue, amígu, amigs ou outra(s) palavra(s) para se referir a tal pessoa como uma amizade.

Além disso, pessoas que preferem conjuntos como -/ela/a ou e/ele/e podem não usar neopronomes pessoais retos dentro de seus conjuntos de linguagem pessoais, mas ainda assim ter conjuntos de linguagem que diferem dos padrões. Alguém cujo conjunto é e/ele/e precisa ser referide de formas que usam neolinguagem, mesmo que seu pronome pessoal reto não seja um neopronome.

 

Como eu traduzo um neopronome de outra língua para a língua portuguesa?

Não há uma só resposta correta para isto, visto que línguas diferentes possuem neopronomes – ou mesmo pronomes sem conotações binárias embutidos na língua padrão – diferentes com conotações diferentes.

Por exemplo, na língua inglesa, o pronome they tem a conotação de ser relativamente normativo para um pronome neutro (há gente contra o uso dele como singular mas a aceitação é bem maior do que a de qualquer pronome além de ela ou ele na língua portuguesa). Ele também tem conotação de pluralidade dependendo da situação. Portanto, eu sugiro usar o neopronome visto como mais neutro pela pessoa traduzindo, seja este elu, ile ou outro, como uma tradução apropriada. Mas há casos onde a forma plural é mais apropriada, ou onde as formas normativas eles e elas podem fazer mais sentido dentro da tradução.

Enquanto isso, o pronome xelle da língua espanhola começa com uma consoante e deriva do neopronome neutro mais aceito elle. Seria a melhor tradução xelu? Ou é melhor não usar algo que começa com vogal, como elux? Ou que tal elex ou exxe, já que o pronome usa duas letras E? Não há uma alternativa correta, e é provável que a pessoa traduzindo tenha que escolher uma.

É possível traduzir um conjunto de pronome substantivado como voi/void como va/acu/o? Ou o final o é normativo demais para refletir alguém que usa esse pronome? Ou também, será que o pronome acu não é “estranho demais” para uma audiência acostumada com todos os pronomes tendo a letra L, fazendo com que algo como alu ou uol seja mais apropriado?

São todas decisões a serem feitas, e pessoas diferentes podem acabar traduzindo os mesmos pronomes de formas diferentes por mais que tenham tentado ser fiéis às intenções originais da escolha de pronome.

 

Perguntas acerca de pronomes pessoais

 

Existem neopronomes pessoais retos da primeira ou segunda pessoa?

Até o momento de escrita desta página, não foi possível encontrar informações sobre o uso de tais neopronomes dentro da língua portuguesa. Ou seja, se alguém utiliza alternativas neolinguísticas a eu, nós, tu ou afins por conta de querer expressar algum tipo de gênero gramatical alternativo, é possível que não hajam informações facilmente acessíveis sobre isso.

Na língua inglesa, embora seus usos sejam relativamente raros, tais neopronomes existem e há listas deles, como esta aqui.

 

Como se usam neopronomes pessoais retos da terceira pessoa do plural?

Uma dúvida comum acerca de neopronomes é como se referir a um grupo de pessoas que usa conjuntos de linguagem diferentes. A resposta é praticamente a mesma de quando há pessoas que usam a/ela/a e pessoas que usam o/ele/o em um grupo: o uso de qualquer linguagem que a pessoa considere neutra (no sentido de usar para grupos mistos de tal forma). Este é um dos motivos pelos quais o uso de o/ele/o como linguagem neutra é questionável: faz sentido se referir a uma pessoa que usa o pronome ela e uma pessoa que usa o pronome ila como eles?

Enfim, caso a pessoa em questão use elu como pronome neutro (novamente, no sentido de usá-lo para seres ou grupos de linguagem mista ou indefinida), a forma certa de se referir a duas pessoas de pronomes diferentes é elus. Se a pessoa prefere usar ilã desta forma, a forma plural fica ilãs. E por assim vai.

A exceção é caso as pessoas usem o mesmo pronome. Assim como é possível se referir a várias pessoas que usam o pronome ela como elas, várias pessoas que usam o pronome ile são iles, várias pessoas que usam o pronome ély são élys, e por assim vai.

Elxs é um plural aceito para o pronome elx (independentemente de leitore querer pronunciar ou deixar muda a letra X ao ler tais palavras em voz alta). Quanto a outros pronomes que terminam com as letras S, X ou Z, não há nada bem definido pela comunidade. Pode ser interessante perguntar isso a quem usa tais neopronomes em seus conjuntos de linguagem pessoais antes de usar formas plurais, se for possível. O que sugiro arriscar é não repetir a letra S (elsels, ilsils) e adicionar a letra S nos outros casos (elzelzs, alxalxs)

É possível escolher um pronome em comum e usá-lo no plural caso as pessoas em questão usem múltiplos pronomes. Por exemplo, se uma pessoa usa qualquer pronome e outra pessoa usa os pronomes elo e éli, é possível se referir a ambas as pessoas por elos ou por élis; enquanto isso, se uma pessoa usa os pronomes ily e ilu, uma segunda pessoa usa os pronomes ély, yl e ily e uma terceira pessoa usa os pronomes yly e ily, é possível se referir às três pessoas como ilys.

 

Se alguém diz que usa “pronome neutro”, o que isso significa?

Depende da pessoa.

  • Algumas pessoas presumem que só existe um neopronome, que pode ser elu, ile, el@, elx ou outro dependendo de onde conseguiu sua informação, e se referem a tal pronome como “pronome neutro”;
  • Algumas pessoas querem que o pronome usado seja um que a pessoa se referindo a tais pessoas considere/use como neutro, seja ele qual for;
  • Algumas pessoas usam “pronome neutro” ou “sintaxe neutra” para se referir ao conjunto -/-/-, ou seja, tais pessoas não querem ser referidas nem com neopronomes e nem com os pronomes ela e ele. Para se referir a tal pessoa, é necessário usar seu nome e/ou contornos como o uso de a pessoa ou minha amizade.

A recomendação aqui é perguntar a cada pessoa que diz que usa pronome neutro ou linguagem neutra o que exatamente quer dizer com tal expressão.

 

Como me refiro a alguém cujo pronome é impronunciável em voz alta?

Pelo nome da pessoa, por um apelido, por algum outro pronome que a pessoa disponibiliza ou por contornos como essa pessoa ou tal colega.

No caso de pronomes que terminam em símbolos, como el*, il’ ou al@, o símbolo final pode não ser pronunciado (“som mudo”), e, em muitos casos, isso é proposital.

Pronomes compostos por emoji, números ou símbolos podem ser considerados impronunciáveis ou podem ter alguma leitura decidida por quem usa tais pronomes. Caso a informação não esteja disponível, recomenda-se perguntar sobre a pronúncia.

Há neopronomes que possuem letras ou sons inexistentes na língua portuguesa padrão mas que ainda assim são pronunciáveis (eldÉU-di, ilyi-LI, élwÉ-lu, æla-ÉU). É possível que as pronúncias intencionadas sejam diferentes das listadas aqui; recomendo perguntar, mas na maioria dos casos, as pessoas em questão não vão se sentir maldenominadas se houve algum esforço respeitoso para pronunciar seus pronomes.

 

Quais são os neopronomes oblíquos tônicos?

Assim como os pronomes oblíquos tônicos da terceira pessoa aceitos pela língua padrão são ela, elas, ele e eles, os neopronomes pessoais retos podem ser repetidos nesses casos. Por exemplo, em a mochila está com elus e não tenho nada contra yl, os pronomes elus e yl estão no caso oblíquo.

 

Qual é a base para decidir quais neopronomes oblíquos átonos devem ser utilizados?

Os pronomes oblíquos me, te, se, lhe, nos, vos e lhes não possuem alternativas neolinguísticas conhecidas (assim como nos casos de eu e tu), e a princípio podem ser usados com qualquer pessoa independentemente de seus conjuntos de linguagem pessoal.

Quando se trata de formas como na, no, la, lo e contrações que formam partículas similares, é recomendado o uso do final de palavra para substituir a letra final, afinal é para isso que o conceito serve. Então, por exemplo, em viram-ne num bar, ne utiliza o final de palavra e.

Em relação a alternativas ao uso de a e o como pronomes oblíquos, a coisa fica mais complicada. Há três formas comuns de resolver a situação:

  1. Usar o artigo como um pronome oblíquo átono. Por exemplo, ao se referir a alguém usando ze/elz/e, ze viram num bar seria uma frase equivalente a viram elz num bar e viram-ne num bar;
  2. Usar o final de palavra como um pronome oblíquo. Usando como exemplo o mesmo conjunto de linguagem do item anterior, a frase ficaria e viram num bar;
  3. Não presumir nada e perguntar para a pessoa com antecedência ou usar sempre construções que evitam o uso de pronomes oblíquos átonos.

 

Como se fazem contrações com neopronomes pessoais?

No caso de neopronomes que começam com vogais ou com caracteres que devem ser interpretados como vogais, a contração pode ser feita assim como acontece com pronomes que existem dentro das normas cultas:

  • de + élu = délu; em + élu = nélu;
  • de + ale = dale; em + ale = nale;
  • de + yl = dyl; em + yl = nyl;
  • de + 3l3 = d3l3; em + 3l3 = n3l3.

Já em casos onde o neopronome não é construído desta forma, é possível escolher entre não fazer a contração, separando suas partículas, e fazer a contração mesmo que ela seja difícil ou impossível de pronunciar:

  • de + = de ♥ ou d♥;
  • em + le = em le ou nle.

Alternativamente, é possível evitar contrações, construindo frases sem elas:

  • Isso é dxyz. → Isso é de Fulany.
  • Estive pensando nxyz. → Estive pensando sobre xyz.

 

Perguntas acerca de pronomes possessivos

 

O que é pra usar no lugar de tua(s)/teu(s) e sua(s)/seu(s)?

Há duas alternativas comuns a tais pronomes:

  1. O uso de tu(s) e su(s) independentemente do final de palavra. Por exemplo: Tus/sus colagens ficaram muito boas!
  2. O uso de tu e su somado ao final de palavra adequado. Por exemplo: É tue/sue namorade?

Não existe nenhuma alternativa formalizada. Portanto, pessoas são livres para escolher, desde que respeitem as escolhas de linguagem pessoal alheia.

No caso do final de palavra ser u, há a escolha entre repetir ou não a última letra de tu(u) e su(u).

 

O que é pra usar no lugar de minha/meu?

Assim como no item acima, não há nenhuma alternativa formalizada. Estas são algumas que são usadas por aí:

  1. O uso de minh somado ao final de palavra adequado. Por exemplo: minhu amigu, minhe amigue;
  2. O uso de mi(s) independentemente do final de palavra. Por exemplo: mi amigu, mi amigue;
  3. O uso de me(s) para quem usa o final de palavra e. Não consegui informações sobre se tal uso é para quaisquer finais de palavra ou se a ideia é trocar e pelo final de palavra correspondente. Exemplo: me amigue.
    Quem gosta da ideia mas quer diferenciar me do pronome oblíquo e ressaltar o final da palavra pode querer usar mê.

 

Perguntas acerca de pronomes demonstrativos

 

O que é pra usar no lugar de essa/esta/esse/este?

Há mais de uma forma de lidar com isso. É comum tentar usar o pronome pessoal reto ou o final de palavra.

Ao usar pronomes pessoais retos: elu → essu/estu, ile → isse/iste, el → ess/est, ael → aess/aest, le → sse/ste, ilu → issu/estu, ild → issd/istd;

Ao usar finais de palavra: -e → éssie/éstie*, -u → essu/estu, -ae → essae/estae, -‘ → ess’/est’, -y → essy/esty, -é → essé/esté, -il → essil/estil.

Algumas das combinações podem trazer problemas. Por exemplo:

  • Ael é um pronome fácil de pronunciar, mas aest não.
  • Será que alguém que usa a/ila/a quer ser tratada pelos pronomes esta e essa?
  • Alguém cujo pronome é ílu chegou a pensar na possibilidade dos pronomes íssu e ístu terem a mesma pronúncia de isso e isto?

Pode ser interessante, se possível, perguntar para alguém quais seus pronomes demonstrativos antes de escrever sobre a pessoa com uma possibilidade que ela pode não gostar ou se sentir inclusa. Também é possível evitar pronomes demonstrativos:

  • Amo essu cantore!Amo as músicas delu!
  • É estae escritorae que você quer chamar?É elae que você quer chamar?

* ie ao invés de e é uma das alternativas possíveis para lidar com palavras onde a forma terminada em e é associada com o conjunto o/ele/o.

 

Há alguma coisa importante de saber em relação a contrações como dessa ou neste?

Assim como no caso de pronomes pessoais, caso um pronome demonstrativo comece com consoante, pode ser melhor não fazer a contração ou achar alguma outra alternativa para a frase que não use a preposição em questão seguida do pronome demonstrativo.

Ao contrário do caso dos pronomes pessoais, é possível basear pronomes demonstrativos em finais de palavra, fazendo com que estes sempre comecem com a letra E. Isso evita quaisquer problemas ao formar contrações.

 

E quanto a alternativas aos pronomes aquela e aquele?

É possível trocar as três ultimas letras pelo pronome pessoal reto: aquelu se o pronome é elu, aquelo se o pronome é elo, aquile se o pronome é ile, aqul se o pronome é ul (é possível usar duas letras U também) e por assim vai.

Caso o pronome pessoal da pessoa seja um símbolo ou outra coisa que não combine com uma palavra, é possível juntar as duas coisas mesmo assim ou evitar a construção: você viu o que aqu🎲 jornalista fez? / Você viu o que Dêni fez?

 

Perguntas acerca de outros tipos de pronomes

 

Há algum cuidado especial a ser tomado acerca de se referir a alguém usando pronomes relativos quando há neolinguagem envolvida em seu conjunto de linguagem pessoal?

Não há nenhum pronome relativo que eu consideraria tão complexo quanto os pronomes pessoais, possessivos ou demonstrativos. Em questão de flexões de conjunto, é possível dividir pronomes relativos em três tipos:

  1. Os que dependem de artigos (a qual, o qual, as quais, os quais): não vejo porque alguém que usa ê como artigo não gostaria de ser referide como ê qual em uma frase apropriada, por exemplo. É possível ler mais sobre neoartigos aqui. Em relação a grupos, no caso de as quais e os quais, há a necessidade de escolher um artigo plural que seja neutro (caso as pessoas usem artigos diferentes) ou uma forma pluralizada do artigo que as pessoas em questão usem (caso este seja o mesmo); notas sobre usar neolinguagem para generalizar grupos podem ser encontradas nesta página.
  2. Os que dependem de finais de palavra (cuja, cujo, cujas, cujos): se alguém usa u/ilu/e, a referência correta será cuje; se alguém usa li/il/i, a referência correta será cúji ou cuji; e por assim vai. As mesmas notas sobre as formas plurais do item acima valem aqui também.
  3. Os invariáveis (que, quem, onde, como, etc.): pronomes relativos que não possuem formas que mudam entre os conjuntos de linguagem padrão também não mudam entre si quando se trata de incluir neolinguagem.

 

Há algo que devo cuidar em relação a pronomes de tratamento?

A grande maioria dos pronomes de tratamento possuem uma palavra com conjunto já especificado (Senhoria, Excelência, Majestade, etc.) e outra palavra precedendo que deve concordar com a segunda palavra (Sua, Vossa). Portanto, a não ser que alguém invente uma palavra que possa ser parte de um pronome de tratamento que concorde com algum final de palavra diferente de a ou o, o uso de neolinguagem dentro de pronomes de tratamento será incoerente.

 

E quanto a o senhor/a senhora?

São utilizados o artigo e o final de palavra correspondentes.

  • ê/elu/e → ê senhore
  • li/íli/i → li senhori, li senhóri ou li senhôri
  • el/elé/é → el senhoré

E por assim vai. Quanto à pronúncia da última letra O quando se usa uma neoterminação, não há regra definida, então cada pessoa pode escolher

Há uma alternativa sugerida onde, ao invés de escolher entre uma letra O aberta ou fechada, esta é substituída pela letra U. Ou seja, as palavras ficariam senhure, senhuré, senhuri ou afins. Esta é uma sugestão pra quem quer evitar um som que fique mais parecido com senhor do que com senhora ou vice-versa, mas fica por conta de cada ume escolher o que usar.

 

Há variações em relação a pronomes indefinidos?

Tais pronomes seguem a mesma ideia dos relativos: há pronomes como cada, quem, mais ou nada, onde não há final de palavra flexível pra trocar, e pronomes com finais de palavra flexíveis como tode(s), certe(s), muite(s), outre(s) e afins. É só seguir o final de palavra da pessoa a qual está sendo referida ou usar um final de palavra genérico caso hajam pessoas de finais diferentes envolvidas.

No caso de pronomes onde a versão que concorda com o final o termina em um (algum, nenhum, etc.) e a versão que concorda com o final a termina em uma (alguma, nenhuma, etc.), é só adicionar a neoterminação após a letra M (algumae, nenhumy, etc).

 

Pronomes indefinidos sem variação de flexão, mas que na língua padrão concordam com o/ele/o, devem continuar assim mesmo que neolinguagem seja usada como linguagem neutra?

Há opiniões que diferem em relação ao assunto. Algumes acreditam que o uso de o/ele/o nestes casos pode ser ignorado, assim como no caso de objetos ou afins (ex.: o chão está limpo), enquanto outres veem o uso de o/ele/o como uma imposição mascunormativa similar a se referir a um grupo de pessoas de conjuntos diferentes por eles.

Portanto, é possível escolher se a concordância certa seria algo bonito ou algo bonite, por exemplo. Mas no caso de alguém, ninguém ou outros pronomes que se referem a pessoas, recomendo usar e/elu/e ou outro conjunto considerado neutro (ex.: pelo visto alguém foi desleixade).

 

Há pronomes interrogativos com finais de palavra flexíveis?

Qual/quais varia em número, mas não em questões relevantes para a linguagem pessoal. Quanta(s)/quanto(s) varia em número e “gênero gramatical”. Porém, é só trocar a última vogal para o final de palavra desejado (ex.: quantes delus aceitaram participar?)


Links adicionais e referências: