Termos de identidades de gênero que remetem à infância 0
Aviso de conteúdo: A introdução desta postagem e o segundo parágrafo do primeiro item mencionam brevemente pedofilia e abuso sexual de menores de idade. Não há exemplos ou detalhes gráficos, mas quem preferir pode querer pular tais seções.
O tema do último Rodízio NHINCQ+ foi infância, então tive a ideia de fazer uma postagem reunindo termos para identidades não-binárias que remetem ao assunto. Infelizmente, não a terminei dentro do prazo, mas ainda assim quis terminar e postar.
Por ser uma forma de trollagem popular, quero ressaltar que identidades de gênero de qualquer tipo não são justificativas para realizar quaisquer ações abusivas. Alguém com uma identidade de gênero relacionada a ser criança não necessariamente tem atração por crianças e, independentemente disso, não pode usar sua identidade como desculpa para tentar ter qualquer relação inapropriada com menores de idade. Pessoas dizendo que quaisquer facetas de suas identidades dão algum tipo de permissão para cometer abuso e/ou violência contra outres com menos poder e ter isso respeitado estão ou querendo se aproveitar de pessoas desinformadas ou tentando se aproveitar de pânico moral para virar grupos de pessoas contra pessoas marginalizadas.
Enfim, aqui estão alguns termos que podem ser usados por pessoas de quaisquer idade para descrever que seus gêneros passam sensações de características relacionadas com ser criança. A maioria deles são xenogêneros, então recomendo entender o conceito antes de ler as definições nesta página.
Quer incluir pessoas não-binárias na língua portuguesa? Priorize o respeito à linguagem pessoal! 1
Bandeira neopronominal (de quem usa neopronomes)
Há uma certa tendência de falar sobre “linguagem neutra” ou “linguagem não-binária” em círculos preocupados com questões de justiça social atualmente. Uso os termos entre aspas porque eles tendem a ser usados mais ou menos como substitutos para neolinguagem: isto é, a existência de palavras que se encontram fora dos gêneros gramaticais impostos pela língua padrão.
Geralmente essas discussões são em torno de usar alguma forma de neolinguagem como linguagem neutra/genérica, que aqui vou definir como a linguagem que deve ser utilizada para pessoas/seres cujos conjuntos de linguagem pessoal são desconhecidos e grupos onde presume-se que membres usem conjuntos de linguagem pessoal diferentes. Então, por exemplo, ao invés de alguém usar o/ele/o como linguagem neutra/genérica, como na oração “aqueles alunos chegaram atrasados“, alguém poderia usar e/elu/e, como em “aquelus alunes chegaram atrasades“, i/il/i, como em “aquils alunis chegaram atrasadis“, ou qualquer outro conjunto envolvendo neolinguagem.
(Conjunto de linguagem se refere a uma espécie de gênero gramatical, mas é um termo mais flexível por ser compatível com quem quer misturar gêneros gramaticais diferentes. Conjunto de linguagem pessoal é um conjunto de linguagem que deve ser utilizado para se referir a alguém, e então é possível dizer que tal alguém “usa” certo conjunto ou certos conjuntos de linguagem. Mais sobre isso aqui, aqui ou aqui.)
A utilização de neolinguagem como forma de linguagem neutra/genérica é bem-vinda por muites, porque esta combate a ideia de que um conjunto de linguagem geralmente associado com masculinidade e/ou com ser homem (o/ele/o) deva ser o padrão, e também por oferecer uma alternativa mais fácil à inclusão de todes sem que tenham que ser feitos contornos para que o uso de a/ela/a ou de o/ele/o seja mais justificado (como em “todas as pessoas“, “minhas amizades” ou “alguém que trabalha com pintura” ao invés do uso mais problemático de “todos“, “meus amigos” ou “algum pintor“). A integração de um gênero gramatical que se propõe a ser neutro dentro da língua padrão será um passo à frente tanto em relação a facilitar essa questão quanto em relação a fornecer um conjunto de linguagem pessoal visto como neutro mas amplamente aceito, o qual pode assim ser usado por pessoas não-binárias que só querem ser referidas de qualquer forma neutra/genérica ou para se referir a crianças que ainda não desenvolveram suas próprias preferências de linguagem pessoal de forma que não impõe a elas conjuntos de linguagem binários de forma geralmente cissexista e diadista.
Porém, o foco único em padronizar um gênero gramatical neutro muitas vezes deixa de lado a necessidade mais importante de não maldenominar pessoas cisdissidentes e/ou inconformistas de linguagem. De fornecer o respeito básico do uso de pronomes, artigos e outras partes de um conjunto de linguagem que cada pessoa quer que sejam utilizades para si, assim como quem usa a/ela/a ou o/ele/o e possui certa aparência aceitável dentro da sociedade cissexista tem seus conjuntos de linguagem respeitados.
Concordo que o uso de o/ele/o como linguagem neutra/genérica deva ser evitado. Porém, também não acho que isto seja um problema maior do que outras expressões problemáticas comuns no dia-a-dia, como o uso constante de xingamentos capacitistas de forma extremamente casual, de termos racistas para descrever pessoas, culturas, grupos étnicos ou afins, da utilização de termos neutros para descrever grupos marginalizados como gorde ou gay como descrições negativas e por assim vai. Eu defendo o combate a qualquer forma de linguagem opressiva, mas acho ainda mais importante evitar e acabar com formas de violência mais diretas contra pessoas marginalizadas.
Só que o que vejo em debates acerca de qual deve ser o novo gênero gramatical neutro ou se deve existir um novo gênero gramatical neutro é uma falta de consideração com pessoas que dependem de neolinguagem não (só) como uma forma de expressar inclusividade, mas (também) como uma forma de ter conjuntos de linguagem com os quais não se sentem maldenominadas; de ter conjuntos de linguagem que sentem que as representam quando os conjuntos dentro da língua padrão se mostram insuficientes.
Talvez isso pareça fútil para pessoas binárias – especialmente cis – as quais possuem gamas enormes de formas de encontrar validação interna e externa para suas identidades de gênero. Porém, no caso de pessoas não-binárias, muitas vezes a linguagem pessoal é uma das únicas formas que temos para buscar euforia de gênero ou combater inseguranças em relação a não sermos vistes da forma certa. E maldenominação não deixa de poder machucar só porque uma pessoa trans está deixando de ser referida por um conjunto como ê/elu/e ou ly/ily/y ao invés de a/ela/a ou o/ele/o.
Enfim, quando alguém diz que deve existir apenas um conjunto de linguagem válido que inclui neolinguagem e que o resto das possibilidades não presta, isso é um ataque muito mais direto a pessoas inconformistas de linguagem do que o uso de o/ele/o como linguagem neutra/genérica. Quando alguém diz que a única importância da neolinguagem é a formação de um gênero gramatical neutro a ser incluso na norma padrão da língua portuguesa, isso exclui de forma bem mais direta a existência de pessoas que usam neolinguagem em seus conjuntos de linguagem pessoais do que o uso de o/ele/o para se referir a grupos com conjuntos de linguagem pessoais diferentes.
Pessoas não-binárias que não usam (apenas) a/ela/a, o/ele/o, -/-/- ou algum conjunto específico envolvendo neolinguagem já existem. Eu estou entre essas pessoas, assim como outres que conheço. Nós não vamos deixar de existir quando/se houver um gênero gramatical neutro incluso na língua padrão, até porque já nos identificamos usando conjuntos de linguagem pessoais que diferem dos padrões da língua sem aguardar a permissão de ninguém. Nem todo mundo quer expressar neutralidade e/ou indeterminação com a neolinguagem inclusa em seu(s) conjunto(s) de linguagem pessoal(is). Mesmo quem quer expressar tais características pode não estar confortável com os elementos do conjunto escolhido como neutro por qualquer entidade.
A diversidade dos conjuntos que contém neolinguagem não é um problema teórico que pode ser resolvido caso seja decidido um gênero gramatical neutro na língua padrão o mais rápido possível. É uma realidade que precisa ser considerada em qualquer proposta de reavaliação de como se ensina a língua portuguesa de forma que inclui neolinguagem.
Antes de querer debater sobre a inclusão de um gênero gramatical oficial novo, é importante levar em consideração a questão de não impor qualquer conjunto de linguagem em quem não quer ser referide com o uso de tal conjunto, e isso inclui qualquer conjunto de linguagem visto como neutro/genérico. Se a proposta é incluir melhor pessoas não-binárias na língua, é importante não agir como se apenas um dos conjuntos de linguagem usados pelo grupo existisse.
Entendo querer debater sobre qual conjunto é mais adequado como neutro/genérico, levando em consideração questões como a facilidade de ensinar ou de entender o conjunto e o quanto ele parece visualmente ou sonoramente algo “mais masculino” e/ou “mais feminino” do que neutro. Tais discussões podem ser interessantes e saudáveis. Porém, a partir do momento onde são circulades mentiras sobre o quanto outros conjuntos são inacessíveis e/ou ataques/chacota contra elementos neolinguísticos usados por outras pessoas como parte de seus conjuntos de linguagem pessoal, isso deixa de ser apenas uma discussão teórica sobre a inclusão de um gênero gramatical neutro na língua padrão para também impor de forma violenta quais tratamentos pessoas não-binárias podem ou não podem aceitar para si mesmas. E isso a sociedade cissexista já faz; não precisamos de “aliades/camaradas bem intencionades” para isso.
Um podcast acerca de aliades 2
Eu e Oltiel gravamos este podcast no dia 9 de março para o Rodízio NHINCQ+ sobre o tema aliades. O áudio tem quase uma hora de duração e fala sobre tanto o que aliades fazem de ruim quanto o que fazem de bom.
A edição do áudio foi feita por mim (Aster). A transcrição foi feita por niê e a revisão de tal transcrição foi feita por Oltiel.
(Interessades no trabalho de transcrição de niê podem entrar em contato via e-mail: amilomorim em gmail.com.)
Avisos de conteúdo: Como este podcast fala sobre erros de aliades e sobre resistência contra o sistema, ele fala sobre aspectos de opressão (por exemplo: maldenominação, falta de emprego, repressão policial). Não há relatos muito gráficos, mas esse tipo de assunto é discutido.
Alguns termos cunhados em 2022 1
Descrição: Bandeiras de orgulho em vários tamanhos e ângulos, umas por cima das outras. Elas representam as identidades simigênero, erossêntien, aceactial, viadevesil, limenegênero, somewharo, valeogênero, gênero-roubado, laveniq e sertãopunkic.
Boas vindas a mais uma retrospectiva arbitrária de cunhagens NHINCQ+! Assim como em 2017, 2020 e 2021, esta postagem destaca alguns termos interessantes que, por serem relativamente novos e/ou específicos, podem não aparecer muito em listas de identidades por aí, especialmente no momento atual.
Quero destacar que esta lista ou qualquer outra não tem a intenção de obrigar ninguém a usar certos rótulos por se encaixar neles, e muito menos de fazer com que pessoas se forcem a agir de certa forma para que se encaixem melhor em identidades mais específicas. Apenas cada pessoa pode dizer em quais termos identitários se encaixa, e pessoas que só usam termos mais abrangentes como assexual mesi, múlti ou não-binárie não são superiores ou inferiores a pessoas que preferem especificar que são cáligo, ômni, beluagênero ou termos desta ou de qualquer outra lista.
Algumas pessoas preferem usar termos mais específicos, especialmente em ambientes onde identidades NHINCQ+ são discutidas em maiores detalhes, enquanto outras não se importam com isso, e ambas estas posturas devem ser respeitadas. Questionar a necessidade de termos quando eles descrevem experiências existentes é uma atitude queermísica, ainda que venha de pessoas que também são cisdissidentes e/ou heterodissidentes.
Ao “não entender” uma identidade, é importante refletir sobre os possíveis preconceitos que fazem com que tal identidade seja “impossível” (ex.: uma identidade arromântica que envolve namorar ou um gênero não-binário que não usa os gêneros binários como referência), e pesquisar mais sobre experiências destas comunidades que vão além de definições básicas ou estereótipos.
Caso isso ainda não tenha ajudado com a dúvida, dá pra perguntar para quem conhece do assunto. Porém, é fundamental levantar a questão de forma respeitosa, sem desdém ou presunções negativas contra pessoas que usam ou que entendem a identidade. Afinal, se a “pergunta sincera” parece mais um deboche, faz sentido exigir paciência e compaixão de quem tem a capacidade de responder? Aplique o caso a qualquer outro assunto, seja profissão, hobby ou mídia: se você não sabe muito sobre algo que faz parte da vida de outras pessoas por anos, faz sentido exigir respostas enquanto é passada a impressão de que quem sabe sobre o assunto não presta, e de que a pessoa ignorante sobre o assunto na verdade sabe mais mesmo que nunca tenha tentado entender sobre ele em boa-fé?
Enfim, fica aí a reflexão pra quem precisar. Sem mais enrolação, vamos aos termos!
Aceactial descreve alguém que deseja realizar ações tipicamente sexuais com pessoas pelas quais sentem atração romântica, ainda que não sintam atração sexual.
Aromactial descreve alguém que deseja realizar ações tipicamente românticas com pessoas pelas quais sentem atração sexual, ainda que não sintam atração romântica.
Ainda que os termos sejam centrados apenas em atrações românticas e sexuais (para quem não sabe, existem outros tipos), eles são interessantes por serem para pessoas variorientadas que sentem atração sexual sem atração romântica – ou vice-versa – sem definir a atração que conseguem sentir como alo ou a-espectral.
Caso eles pareçam específicos demais, é porque termos como cúpio já existem. Aroflirt (aroflerte? Acho que faria sentido uma tradução que também seja substantivo, mas não sei dizer qual substantivo seria adequado) também é um termo cunhado em 2022, e descreve pessoas arromânticas que gostam de flertar mas que não possuem interesse em relacionamentos românticos. Bélus (bellus) é um prefixo com utilidade similar: é para pessoas que não sentem atração mas que gostam de algumas ações tradicionalmente associadas com tal atração.
A parte act de aceactial e aromactial vem do verbo atuar na língua inglesa, então é possível que algumas pessoas prefiram remover a letra T destes termos ao usá-los no contexto da língua portuguesa brasileira. Mas estou só especulando: em geral, tem muita gente que não se importa em traduzir os termos que usam para suas orientações, identidades de gênero ou afins.
Ambos os termos foram cunhados pela mesma pessoa: Dexter (neopronouns no Tumblr). Eles foram requisitados por pessoas anônimas. A cunhagem de aromactial foi em 11 de junho, e a de aceactial no dia 20 do mesmo mês. As bandeiras também foram feitas por Dexter.
Erossêntien (adaptação minha) ou erosentien (original) é um prefixo que pode ser usado para descrever quando uma orientação é afetada por não-humanidade. Alguém erossentienromântique é alguém cuja orientação romântica é afetada, entrelaçada ou definida por sua identidade não-humana, por exemplo.
Não-humanidade, aqui, é um conceito utilizado no sentido que alterumanes usam. Este termo é basicamente a versão para orientações da identidade de gênero gênero-alterumano. Tanto erossêntien quanto gênero-alterumano não definem exatamente qual a orientação ou qual a identidade de gênero específica de quem usa tais termos, somente que são definidas por sua não-humanidade ou alterumanidade, respectivamente.
Existem outras orientações que funcionam da mesma forma. Pessoas neurossexuais ou aroicas podem ou não saber se são oligossexuais, pansexuais, heterossexuais e/ou de outras orientações que definem se sentem atração sexual ou por quem/de qual forma, mas expressam que suas orientações sexuais são afetadas por neurodivergência e arromanticidade.
Esse termo, composto por eros (amor) e sentien (de senciência), foi cunhado em 7 de dezembro por Reign (mogai-sunflowers no Tumblr). A postagem especifica que este termo não deve ser usado para justificar abuso de seres que não podem consentir.
Gênero-roubado (termo original: stolengender) descreve alguém que tem a sensação de ter roubado um ou mais gêneros de outres.
A descrição não especifica como esse processo acontece, de quem um gênero pode ser roubado ou o motivo pelo qual a identidade é descrita como um roubo ao invés de uma cópia de gêneros alheios, então tais questões ficam abertas à interpretação de quem usa o termo.
Assim como ocorre em outras experiências poligênero, é possível que a pessoa mude entre os gêneros que roubou, ou é possível que acumule-os de forma que tenha todos de forma simultânea.
Esta identidade é descrita por quem a cunhou como um xenogênero, e é provável que isso seja por conta da sensação do gênero não ser originalmente da pessoa e/ou do conceito de “roubar o gênero” em geral.
A cunhagem foi realizada em 26 de fevereiro pelo Coletivo Aoi (the-aoi-collective-term-archive no Tumblr).
Lavenique ou laveniq foi um termo decidido em conjunto para descrever lésbiques pretes/negres. Isso é por causa de muites laveniques se sentirem desconectades e/ou serem excluídes de tal rótulo por conta da dominação branca dentro da história, dos estereótipos e dos espaços lésbiques.
É um termo explicitamente aberto para qualquer pessoa preta/negra (multirracial ou não) que poderia se dizer lésbica, de forma que não limita ou define o que é ser lésbique.
Geralmente, termos NHINCQ+ que são originalmente terminados em -ique (exemplos: maverique, autonomique) não são traduzidos como se tivessem final de palavra flexível: uma maverique que usa a/ela/a ainda seria chamada de maverique e não de maverica. Porém, visto que lavenique é uma orientação, como lésbique, vóirique ou netúnique, é possível que eventualmente tenham pessoas se dizendo lavenicas (ou até mesmo lavênicas) ao invés de laveniques.
O termo foi postado no Tumblr thegenderthieves no dia 27 de julho.
Limenegênero (termo original: limenegender) é um gênero conectado a lugares que passam uma sensação de liminaridade ou eterealidade. São lugares que atraem com falsa sensação de segurança e cores claras e bonitas, mas que não são seguros.
Este gênero também é relacionado a kidcore (uma estética relacionada a temas infantis), autoisolamento e esconder-se de monstros ao redor, que podem ou não ser ameaças.
Este xenogênero foi cunhado por Cupid, catgirlprotag no Tumblr, no dia 1º de dezembro.
Sertãopunkic é um gênero relacionado à estética sertãopunk.
Sertãopunk é um movimento nordestino baseado em realismo mágico, solarpunk e afrofuturismo, o qual é descrito aqui e aqui.
Assim como em gêneros com o sufixo wavic, é meio complicado traduzir punkic (alguns outros termos com o sufixo podem ser encontrados aqui). É possível usar punkique, pânquique ou outro, ou mesmo punkic como na língua inglesa.
O termo foi cunhado por Adam, gender-mailman no Tumblr, em 16 de julho.
Simigênero descreve alguém que, mesmo não sendo necessariamente trans binárie, prefere ser viste como alguém do gênero binário diferente daquele imposto ao nascimento.
Por conta disso, está mais para um termo de expressão de gênero do que para uma identidade de gênero.
O termo pode ser útil para pessoas transfemininas ou transmasculinas questionando sua binaridade e para pessoas não-binárias que gostam de ter expressões de gênero binárias, por exemplo.
Quem cunhou o termo em 20 de agosto, serromani no Reddit, é transmasculine e não-binárie, e prefere ser percebide como homem pela maioria das pessoas.
Somewharo (possível tradução: algum lugaro) é um termo que descreve alguém que se encaixa no espectro arromântico, mas sem saber onde.
A definição original também explica que ou a pessoa não se encaixa em nenhum rótulo existente, tem uma orientação romântica que muda entre várias possibilidades dentro do espectro arromântico ou não consegue definir um termo específico para si por conta de neurodivergência.
Alguns termos já servem para tais situações: alguém vexerromântique não consegue dizer onde está no espectro arromântico por não entender o conceito de atração romântica, alguém arofluxo tem uma orientação fluida entre mais de uma do espectro arromântico, alguém arovague tem sua orientação no espectro arromântico afetada por neurodivergência, alguém quoirromântique não consegue aplicar nenhuma orientação romântica a si e por assim vai. Mesmo assim, somewharo oferece um trocadilho e uma definição um pouco diferenciada das existentes.
O termo foi cunhado por aro-mantic-fairy no Tumblr em 3 de agosto.
Valeogênero descreve uma identidade de gênero que amadurece, se desenvolvendo com o passar do tempo. Embora seja uma identidade que passe por mudanças, assim como gênero-fluido, ela não muda completamente, assim como uma criança não muda todas as suas características ao crescer.
Pessoas valeogênero não conseguem explicar ou entender completamente sua identidade de gênero, por conta das mudanças ocorridas com o passar do tempo. Além disso, como experiências variam de pessoa para pessoa valeogênero, não é possível descrever este rótulo como necessariamente feminino, masculino, xenino ou afins.
Porém, a descrição de valeogênero também ressalta que quem utiliza esta identidade tem uma presença de gênero, e que portanto tais pessoas não são sem gênero.
Outros termos parecidos são mutare, progrefluide e gênero-plasma, ainda que apenas mutare passe perto da descrição de valeogênero e ainda assim pode descrever experiências diferentes.
Quem cunhou valeogênero foi Rhapsody, venitvesperum no Tumblr, em 3 de dezembro.
Viadevesi, vesiviade ou viadevesil é um termo vesil para viades. Ou seja:
-
Quem pode usar o termo é qualquer pessoa que se diz viada. A identidade viada é um insulto ressignificado positivamente entre certes homens queer e pessoas trans, entre outras pessoas.
- Por ser um termo vesil, ele denota que a identidade viada da pessoa é relevante para outros aspectos de sua vida, como algo que influencia identidade de gênero, orientação, expressão de gênero, alterumanidade e/ou outras coisas.
O termo foi cunhado como viadevesil, mas segundo a postagem original sobre o termo vesil, termos vesis devem ser grafados sem a letra L; por isso as alternativas citadas. Viade tem final de palavra flexível, então alguém que usa o final -o seria viadovesi, alguém que usa o final -ae seria viadaevesi, e por assim vai.
A pessoa que fez a bandeira e juntou os termos é Sami, julietianboy no Tumblr.
Então é isso, em relação a esta postagem. Obviamente houveram muito mais termos cunhados em 2022 do que estes destacados aqui: gênero-buquê, calagênero, omnagênero, tidálique/mareique, pondigênero (aviso: link menciona comida), rain-, aéldique, ápex-, vális-, -zódium, withoure e distaregênero são alguns exemplos.
Algo que prejudica este tipo de compilação (assim como outres listas e arquivos) são os desejos de não ter termos repostados e de não querer que certos termos sejam usados por pessoas que não se encaixem em certo lado em certas discussões irrelevantes à identidade. Embora não exista lei que vá defender o direito exclusivo a uma palavra que não é pra ser nome próprio de empresa/mídia/etc., não quero desrespeitar o pedido de quem quer que seus termos permaneçam exclusivos, e assim eles não serão copiados aqui.
Só que não há como impedir alguém de se encaixar em certa identidade, especialmente se ela for abrangente. Então peço pela consideração de quem está lendo isso e quer cunhar termos eventualmente: a ideia é mesmo cunhar uma palavra pra preencher um vácuo léxico, ou é mais importante que a palavra seja considerada uma propriedade sua que não deve ser espalhada em outros círculos sociais, onde haverá riscos da palavra evoluir para outra coisa fora de seu controle ou ser usada por pessoas com opiniões diferentes? E se é pra ser uma propriedade sua, faz sentido postar ela publicamente, onde pessoas podem facilmente escolher desrespeitar tal pedido?
Já vi gente pensando que a ideia do Orientando é confundir pessoas sobre rótulos. Não é. A ideia é oferecer informações sobre termos para que pessoas possam se comunicar melhor em relação a eles: seja utilizando-os em perfis sabendo que outras pessoas vão poder pesquisar para saber o que significam, seja mencionando-os em discussões e podendo usar links para explicar a quem nunca entrou em contato com eles, seja oferecendo opções a quem não tinha antes vocabulário para poder comparar suas experiências.
Portanto, para mim, a utilidade da diversidade de termos é a comunicação, especialmente das pessoas que não veem termos populares como suficientes para suas experiências. E, quanto mais essas palavras se tornam comuns, mais fácil fica a comunicação das nuances de gênero, orientação, relacionamentos e afins. Como palavras que não podem ser repostadas não podem ser traduzidas ou adicionadas a listas que não podem conter links, isso prejudica sua popularização e, portanto, a tal da comunicação.
Não posso impedir alguém de querer considerar seus termos como propriedade intelectual exclusiva. No entanto, como não sei o quanto tal retórica está sendo somente copiada sem que haja muita reflexão sobre o assunto, este é meu pedido para que haja uma reflexão antes de igualar repostagens de cunhagem de termos a repostagens de textos/imagens/outros conteúdos artísticos.
Enfim, que o ano de 2023 tenha mais cunhagens interessantes para destacar!
Alguns termos cunhados em 2021 2
Bandeiras, desde o canto superior esquerdo, seguindo no sentido horário e terminando no centro: nonangi, gênero-humano, inmo(ssexual), diomni, plurabro, gênero-diário, ambix, diatraída e mavári. As bandeiras inmo e diomni usadas são diferentes das que aparecem durante a postagem.
Então, né, no ano passado, eu tinha até começado a reunir termos cunhados durante o ano para que eu não tivesse que ir correndo atrás deles na última hora e demorar demais com a postagem.
Porém, por conta de vários ocorridos na minha vida pessoal, eu acabei parando de juntar tais termos em abril, e quando me organizei o suficiente para poder postar aqui, já não estávamos mais no início do ano.
E então… veio junho. O mês do orgulho. Então pensei, por que não fazer esta postagem agora? As únicas coisas que eu não queria deixar de fazer também eram postar algo em meu blog pessoal, além de postar 60 termos na conta @termos em colorid.es, sendo que esta última meta está em progresso.
Enfim, aqui vai uma seleção de termos para orientações e identidades de gênero que foram cunhadas no ano passado! Os termos traduzidos virão primeiro, e, caso os termos originais sejam diferentes, eles aparecerão entre parênteses em seguida.
Subtipos da orientação abro
No dia 8 de março, Dexter (neopronouns no Tumblr) postou uma série de termos específicos a pessoas cuja atração é fluida, mas com um aspecto fixo. São estes:
- Enabro: Alguém abro que sempre sente atração por identidades não-binárias;
- Feeabro (finabro): Alguém abro que sempre sente atração por gêneros femininos;
- Homabro (manabro): Alguém abro que sempre sente atração por homens/gêneros relacionados;
- Meeabro (minabro): Alguém abro que sempre sente atração por gêneros masculinos;
- Monabro: Alguém abro que sempre sente atração por um gênero. A postagem não explica se é alguém que sempre se atrai por um gênero específico e cuja atração por outros gêneros que vai e volta, ou se é alguém cuja atração é sempre por um gênero só que ela muda de gênero em gênero, mas considerando plurabro, acredito que a intenção tenha sido a segunda coisa;
- Mulhabro (womabro): Alguém abro que sempre sente atração por mulheres/gêneros relacionados;
- Neeabro (ninabro): Alguém abro que sempre sente atração por gêneros neutros;
- Nulabro (nullabro): Alguém abro que é sempre a-espectral;
- Plurabro: Alguém abro que sempre sente atração por múltiplos gêneros.
Ambix, angix
Assim como o próprio Roswell disse em sua cunhagem, é comum que pessoas caracterizem androginia e ambiguidade como a mesma coisa. Por conta disso, ele pensou nos seguintes termos, postados em 25 de abril:
- Ambix: Um gênero ambíguo, mas que não é andrógino.
- Angix: Um gênero andrógino, mas que não é ambíguo.
Neste contexto, androginia é uma derivação/mistura de feminilidade e masculinidade, enquanto ambiguidade é algo incerto e enigmático que pode ser interpretado de várias formas.
Assim, algumas pessoas podem ter um gênero que é tanto ambíguo quanto andrógino, porém há pessoas cuja ambiguidade não tem necessariamente qualquer proximidade com gêneros binários ou com qualidades relacionadas a eles, assim como pessoas cuja androginia não tem nada de ambíguo.
Diatraíde
Diatraíde (tradução de diattracted) é alguém que sente atração por todos os gêneros de alguma forma caso esteja contando com todos os seus tipos de atração, mas que talvez não chegue a ser pan/omni/etc. em todos os seus tipos de atração.
Por exemplo:
- Uma pessoa que é pansexual, mas que é arromântica, analternativa e afins, que não é atraída por ninguém de qualquer forma que não seja a sexual, pode se dizer diatraída;
- Uma pessoa torenromântica que só não sente atração romântica por mulheres que também é feminassexual (ou seja, só sente atração sexual por mulheres) pode se dizer diatraída;
- Uma pessoa que só sente atração sexual por homens, romântica por pessoas que não são homens ou mulheres e queerplatônica por todos os gêneros menos algumas identidades não-binárias pode se dizer diatraída;
- Uma pessoa que sente atração por todos os gêneros em todas as suas orientações pode também se dizer diatraída.
O termo foi também cunhado por Dexter, e a versão arquivada de sua postagem, feita no dia 29 de abril, pode ser encontrada aqui.
É importante não confundir este termo com a orientação di, que é para pessoas que só sentem atração exatamente por dois gêneros.
Gênero-diário
Este termo, que é uma tradução de genderjournal, foi cunhado por Jesper (amerafluid no Tumblr) em 1º de março. É uma identidade de gênero que descreve uma multiplicidade de gêneros guardada como se tais gêneros fossem páginas num diário. Quando parece que um gênero não se aplica mais à pessoa, tal gênero é “arrancado” da mesma forma que uma página seria.
Esta é mais uma forma de descrever multiplicidade de gêneros, assim como álbum de gêneros, polifractal de gêneros e afins. Porém, esta descrição parece dar ênfase na coleção de gêneros e em algo que pode ser ou uma fluidez que não volta atrás (como mutare) ou um processo constante de autodescoberta.
Caso alguém não conheça os termos que acabei de citar, eles podem ser encontrados aqui.
Diomni
Diomni, um termo que pode ser usado assim ou reduzido para dioni para quem não gosta de ficar com a letra M extra, descreve uma pessoa o(m)nissexual e o(m)nirromântica que possui preferências de gênero diferentes em sua atração sexual e romântica.
Por exemplo, ainda que sinta atração por todos os gêneros em ambas estas orientações, uma pessoa diomni pode preferir ter relacionamentos românticos com pessoas não-binárias, e se atrair sexualmente mais frequentemente por homens do que por pessoas de outros gêneros.
Pessoas que querem usar um sufixo para esta orientação, mas que não querem priorizar seu aspecto sexual ou romântico, podem usar termos como dioniatraíde ou diomniorientade.
Este termo é creditado a Morgan Finn, Dümpasepäkre na rede de wikis Fandom. Seu artigo na (atualmente deletada) LGBTA Wiki foi originalmente postado no dia 25 de agosto.
Gênero-humano
Uma pessoa anônima cunhou gênero-humano (genderhuman) em envio(s) para o Tumblr neopronouns. A postagem original com sua definição foi feita em 11 de fevereiro.
O termo descreve uma identidade no espectro agênero onde a humanidade de alguém está no vácuo onde o gênero da pessoa estaria, de forma que humane é praticamente o gênero da pessoa. Pessoas gênero-humano também tendem a sentir (mais) euforia de gênero ao serem chamadas de humanas do que quando termos associados a gêneros específicos são usados para se referir a elas.
Enco
Este termo foi cunhado por mim em 11 de março nesta postagem, mas ei, não é como se esses fossem “os melhores termos do ano”, então não tem problema em ser parcial de vez em quando.
Enfim, sua definição base é a seguinte:
Enco-: Uma orientação para pessoas que só sentem atração por pessoas de certa(s) identidade(s) igual(is) à(s) sua(s), por esta(s) ser(em) identidade(s) marginalizada(s) ou subcultura(s) excluída(s) das culturas dominantes. A pessoa pode também sentir atração por pessoas de identidades parecidas ou que são marginalizadas da mesma forma.
Mais especificidades estão detalhadas na postagem linkada ali em cima, mas esta é basicamente uma orientação que cobre todas as que são do tipo “pessoa trans que não sente atração por pessoas cis”, “pessoa autista que só sente atração por outras pessoas autistas”, e por assim vai. Só que enco não só esconde o fator específico, como também pode ser aplicada a quem só sente atração dentro de certo grupo ainda que não seja necessariamente marginalizado (como uma pessoa gótica que só sente atração por outras pessoas góticas).
Eu ainda não vi ninguém se identificando desta forma, mas como já vi várias pessoas cunhando ou pedindo para saber sobre termos que se encaixam na definição de enco, acredito que seja um termo útil.
Juxári, mavári, proxrel(l)
Eu anotei que esses termos foram publicados no dia 28 de março, mas como as postagens originais no Tumblr plurgai (posteriormente plurgai-archive) foram apagadas, talvez não seja possível provar que tais identidades foram realmente cunhadas em tal data.
Juxári/Júxari/Juxari (juxari) é uma identidade de gênero que tem conexão com feminilidade, mas em um plano separado. Não é alinhada com feminilidade de uma forma padrão, e é conectada a uma forma de feminilidade que não é sentida por outras pessoas. Não tem conexão com o gênero mulher e é apenas fracamente conectada com feminilidade comum.
Este termo também pode ser usado como um gênero feminino (no sentido de feminilidade, não de ter a ver com o gênero mulher) alienígena ou de outra dimensão.
Mavári/Mávari/Mavari (mavari) é uma identidade de gênero que tem conexão com neutralidade, mas em um plano separado. Não é alinhada com neutralidade de uma forma padrão, e é conectada a uma forma de neutralidade que não é sentida por outras pessoas. Não tem conexão com não-binaridade e é apenas fracamente conectada com neutralidade comum.
Este termo também pode ser usado como um gênero relacionado com neutralidade alienígena ou de outra dimensão.
(É esta basicamente a definição, porém não sei se a parte de não ter conexão com não-binaridade faz muito sentido. Talvez seja só no sentido de ser uma identidade de gênero que pareça estar em um plano separado, e portanto separada de certa forma de outras pessoas não-binárias, ou talvez tenha sido uma declaração feita às pressas ao tentar achar um sinônimo apropriado para ser homem/ser mulher que funcione para uma identidade fundamentalmente não relacionada com nada que tenha a ver com isso.)
Próxrel/Proxrel/Proxrell (proxrell) é uma identidade de gênero que tem conexão com masculinidade, mas em um plano separado. Não é alinhada com masculinidade de uma forma padrão, e é conectada a uma forma de masculinidade que não é sentida por outras pessoas. Não tem conexão com o gênero homem e é apenas fracamente conectada com masculinidade comum.
Este termo também pode ser usado como um gênero masculino (no sentido de masculinidade, não de ter a ver com o gênero homem) alienígena ou de outra dimensão.
Estes três termos foram baseados conceitualmente em termos como juxera, proxvir, cenrel e fessari, e os nomes juxári e próxrel também vêm daí. O nome de mavári vem de maverique e censári, mas com as exceções de ambas serem identidades não-binárias e de censári ser um gênero neutro, não há muito em comum entre tais identidades.
Inmo
O termo inmo foi cunhado com esse nome por ele ser omni de trás para frente. A definição também pode ser considerada “inversa” de certa forma: pessoas inmo sentem atração por mais de um gênero, sem sentirem atração por todos os gêneros, sendo que tal atração é igual para todos os gêneros pelos quais a pessoa sente atração. Ou seja, pessoas inmo não possuem qualquer preferência de gênero.
Ou seja, este termo não só é único por ser definido explicitamente como um termo para pessoas múlti que não sentem atração por todos os gêneros – muites acham que gente poli não podem ter atração por todos os gêneros, mas isso não é necessariamente verdade – mas também por explicitar uma ausência de preferência por gênero, algo comum em pessoas pan mas que não é um fator necessário para que pessoas se identifiquem como tal.
A cunhagem de Inmo foi feita em 13 de abril, por Emberfrost-cat na rede de wikis Fandom.
Nonangi
Nonangi – e eu vou omitir aqui o nome alternativo do termo, que é baseado nas versões originais de nonvir/nonera que a pessoa que cunhou pediu para que não fossem mais usados – foi um termo cunhado por AP do Tumblr Beyond MOGAI Pride Flags, no dia 15 de fevereiro.
Esta junção de non (não) com angi (de andrógine) descreve alguém cujo gênero tem uma forte conexão com androginia, mas que não é andrógine de forma nenhuma. O termo difere de inavire por este precisar de uma conexão com ambas feminilidade e masculinidade, o que pode ocorrer de forma separada, enquanto androginia é uma mistura de ou algo entre essas qualidades (ou mesmo outras qualidades, ocasionalmente).
Obviamente, vários termos são cunhados todo ano. Outros que também foram cunhados em 2021 incluem lovemine, orionemine, sodemine, daleko, solipastelle, eldurgênero, tulipiane, tulim, amato e illusio. E alguns cunhados em 2022 incluem distaregênero, nóstique, osci, aceactial e zódium.
Mesmo assim, espero que quem esteja lendo esta postagem tenha apreciado o destaque destas identidades!
Queerspectivas 4: Experiências de fluidez de gênero 0
Queerspectivas é uma série de transmissões ao vivo (que depois são gravadas e postadas) feitas com o objetivo de pessoas com certas identidades poderem falar sobre suas próprias experiências sem terem que depender de painéis conduzidos por pessoas que não fazem parte do grupo, ou que são voltados a grupos completamente alheios às questões tratadas na transmissão.
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Errr… o Nextcloud tá apontando um tamanho de arquivo diferente do meu computador, então avisem se esta versão der problema, ok?
Licença: CC BY-NC-SA 4.0
Outros links:
Não temos ninguém para transcrever Queerspectivas no momento, mas entre em contato caso você queira fazer isso ou tenha feito uma legenda ou transcrição!
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Queerspectivas 3: Não-binaridade e narrativas trans 0
Queerspectivas é uma série de transmissões ao vivo (que depois são gravadas e postadas) feitas com o objetivo de pessoas com certas identidades poderem falar sobre suas próprias experiências sem terem que depender de painéis conduzidos por pessoas que não fazem parte do grupo, ou que são voltados a grupos completamente alheios às questões tratadas na transmissão.
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Outros links:
- Colorid.es
- Perfil de Aster
- Instagram de Caleb
- Perfil de Oltiel
- Instagram de Oltiel
- Blogue Alternative
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Queerspectivas 2: Experiências aroespectrais 1
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Licença: CC BY-NC-SA 4.0
A transcrição abaixo foi feita por Travest’Yvies, com edição posterior feita por Aster.
Esses são os avisos de conteúdo pro segundo episódio de Queerspectivas:
- A gente fala sobre amatonormatividade, alossexismo, acemisia, aromisia, grismisia, periorientismo, cissexismo, exorsexismo, expectativas de gênero, multimisia, sexonormatividade, puritanismo e experiências e estereótipos relacionados a essas coisas.
- Também quero avisar que as três pessoas presentes no painel são pessoas aroespectrais que já sentiram atração romântica, que se encaixam na descrição de pessoas que sentem atração romântica raramente e que são ace-espectrais. Quero ressaltar que existem aros que nunca sentem atração romântica, que sentem atração romântica com frequência, ainda que de forma inconstante ou condicional, e aros de qualquer orientação que não definem nenhuma orientação sexual ou que são alossexuais, ainda que essas experiências não estejam disponíveis neste painel.
Queerspectivas 1: Roda de conversa trans e asiática 1
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Avisos de conteúdo:
- Racismo, transmisia e imposição de papeis de gênero, inclusive dentro de famílias e religiões;
- Associação de características corporais e conjuntos de linguagem com feminilidade e masculinidade;
- Linguagem mascunormativa (o/ele/o como conjunto de linguagem usado para grupos com conjuntos de linguagem mistos).
A transcrição abaixo foi realizada por Travest’Yvies, com edições posteriores feitas por Aster.