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Posts for Tag : trans

Presumir gênero é inerentemente antitrans?  0

Presumir gênero é inerentemente antitrans?

Aviso de conteúdo: Esta é uma postagem sobre presunção de gênero. Ela é contra a presunção de identidades de gênero, mas como o público-alvo são pessoas que se acham justificadas em presumir gênero, ela menciona exemplos que podem machucar quem lida com disforia de gênero ou com questões similares.

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Queerspectivas 3: Não-binaridade e narrativas trans  0

Queerspectivas é uma série de transmissões ao vivo (que depois são gravadas e postadas) feitas com o objetivo de pessoas com certas identidades poderem falar sobre suas próprias experiências sem terem que depender de painéis conduzidos por pessoas que não fazem parte do grupo, ou que são voltados a grupos completamente alheios às questões tratadas na transmissão.

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Licença: CC BY-NC-SA 4.0

Outros links:

Não temos ninguém para transcrever Queerspectivas no momento, mas entre em contato caso você queira fazer isso ou tenha feito uma legenda ou transcrição!

Depoimentos de pessoas não-binárias  1

Edição (29/03/2021): Este texto foi escrito há bastante tempo, e portanto contém alguns equívocos nas traduções que hoje em dia eu consideraria errados, ou ao menos controversos:

  • Ainda que muita gente use “gênero feminino” e “gênero masculino” como descrições para gêneros binários, a forma mais correta de se referir a eles é apenas mulher e homem, respectivamente. Afinal, nem todas as pessoas com gêneros ou identidades feminines são mulheres, nem todas as pessoas que são mulheres estão confortáveis com serem chamadas de femininas, nem todas as pessoas com gêneros ou identidades masculines são homens e nem todas as pessoas que são homens estão confortáveis com serem chamadas de masculinas.
  • Algumas pessoas argumentam que menina só significa “pessoa jovem que usa o final de palavra a”, e que menino só significa “pessoa jovem que usa o final de palavra o”, ao invés de tais palavras serem sinônimos de mulher jovem e de homem jovem, respectivamente. Eu ainda acho que em certas circunstâncias é justificável traduzir uma palavra como demigirl como demimenina, por exemplo (escrevi mais sobre isso aqui), mas estou tentando evitar fazer isso para que não haja confusão, usando sempre homem ou mulher quando se trata de nomes de gêneros.

Peço que quem queira ler este texto (que ainda é muito relevante, considerando a pouca quantidade de pessoas descrevendo suas experiências de gênero) tenha essas coisas em mente, e não repita esses problemas.


É comum perguntarem quais são as especificações de alguém que se identifica como não-binárie. Muitas pessoas acabam generalizando, achando que a pessoa é simplesmente andrógine (tendo um gênero entre homem e mulher) ou gênero-fluido (alguém cujo gênero muda de tempos em tempos; pessoas cis geralmente acham que pessoas gênero-fluido só mudam entre serem homens e mulheres).

Há alguns meses, fiz uma pesquisa sobre pessoas não-binárias. Aqui estão algumas respostas da pergunta “como você sabe que é o gênero que é?”, separadas pelo gênero com o qual a pessoa se identifica:

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Por uma normalização da linguagem LGBTQIAP+  0

Aviso de conteúdo: Menção de violência transmisógina e de assuntos que podem evocar disforia. Intersexofobia, transfobia e ignorância em relação a identidades incomuns no geral.

Há um trabalho sério de educação a ser feito em volta da linguagem que utilizamos no dia-a-dia. Enquanto algumas pessoas – não qualquer pessoa, mas pessoas em grupos ativistas ou em universidades – já incorporam, de certa forma, a possibilidade de alguém ter um relacionamento com alguém do mesmo gênero, é bem mais raro haver a inclusão de outras identidades na linguagem do dia-a-dia.

Muites utilizam o x em redes sociais para simbolizar neutralidade, em frases como “todxs contra a violência”, mas, ao falar na vida real, utilizam “todos e todas”, como se estivessem sendo completamente inclusives por incluírem “ambos os gêneros”.

Muitas mulheres comentam que suas vidas seriam melhores se tivessem nascido com pênis, como se não houvesse uma enorme quantidade de assassinatos de mulheres trans e de outras pessoas de identidades transfemininas, por estas serem mulheres ou pessoas confundidas com mulheres que nasceram com pênis.

Muitas pessoas tratam de gravidez, de aborto e de menstruação como se fossem exclusivos de mulheres, ou deixam implícito que toda mulher conhece estas coisas, o que exclui diversas pessoas trans e intersexo.

Pessoas não-binárias não podem se apresentar e dizer seus pronomes e ter gente entendendo o que está acontecendo. E, se entendem, vão quase sempre enfrentar comentários sobre o quanto é difícil se referir a alguém com pronomes que não lhes vem à mente para a pessoa.

Pessoas de qualquer identidade mais incomum, não importa o quanto refletiram sobre serem de certa identidade, vão encontrar pessoas perguntando se possuem certeza, e se isso não é só uma vontade de querer ser especial ou de querer se encaixar, se contarem sobre sua identidade para outras pessoas.

Deveríamos ter grupos LGBTQIAP+ lutando por mais visibilidade, de formas concretas como panfletos e workshops. Isso é uma questão muito mais simples do que pautas vagas de acabar com a homofobia/transfobia, e muito mais efetiva do que declarações de repúdio ao bullying. Estas são coisas importantes também, mas não devem ser as únicas pautas que mobilizam a comunidade.